Underdogs


Ontem um amigo, leitor assíduo (e olha que não pago nada), estava elogiando-me a respeito de ter escolhido o 300C numa das categorias na eleição do BCWS. Ele é fã do carro; ainda não o dirigiu, mas já pilotou uma Cherokee com o Hemi 5.7 (com uma tonelada a mais e uma marcha a menos) e comentou que mesmo assim é impressionante o que o bicho anda.

Sem dúvida o 300C é uma escolha inteligente no segmento, reconhecida pelos especialistas. É mais ou menos como quem compra um Focus ou um Fit – um carro reconhecido pelas suas qualidades, mas que peca num fator que tem muito peso para muita gente: status.

Você gasta 180 mil no seu 300C e vai pra porta do Rubaiyat. Que legal, a Mercedes 190E de 1988 ficou na porta e o seu foi pro estacionamento. Ou, pior ainda, um Fusion ficou na porta. O 300C não grita “status” ou “eu tenho grana” tanto quanto um carro das grandes alemãs do mesmo segmento – e assaz inferiores ao menos em desempenho, como A4, Série 3 e Classe C. É difícil dizer o peso que essa subjetividade tem nesta categoria; eu mesmo, tivesse de escolher, talvez pegasse uma Série 3 com mais de 100 cv a menos, mas teria uma BMW.

As três grandes americanas têm se especializado em “underdogs”, os carros mais baratos que se equivalem em desempenho ou conforto a carros de maior prestígio e preço. O próprio Corvette Z06 anda junto com uma Ferrari 430 pela metade do preço. O Fusion bate, nos EUA, com Camry e Accord, custando bem menos. O Chevrolet Cobalt SS tinha a melhor performance dos carros pequenos (que lá inclui Golf GTI, Focus ST, Civic SI e quetais) até a Mazda aparecer com o Mazdaspeed 3 estúpido, de 263 cavalos. O caminho escolhido é inteligente, oferecer o melhor produto pelo menor preço, a única maneira das grandes recuperarem a confiança que perderam. Daqui a longos anos, se isso continuar, dará certo.

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