Que me perdoem as feias
Queremos falar do HB20 novo. Mas pra isso vamos falar do
Renegade primeiro. Pois é, siga o raciocínio.
O carro de volume da Jeep é o Compass. O Renegade é um carro
num segmento inferior, que não é pensado em ser o único carro da família. É um
exercício de design extremamente bem sucedido, porém com falhas importantes em
aspectos práticos: nesse caso, espaço interno no banco traseiro e tamanho de
porta-malas. Aliás, normalmente é assim: carros muitos bonitos são ruins de
espaço.
O principal mercado da Jeep é o norte-americano, e é com isso
em mente que fizemos as considerações acima. O Renegade no Brasil é ainda pior,
pois recebeu um motor flex totalmente inadequado para o peso do carro. Então
temos um carro apertado, de desempenho ruim e alto consumo de combustível.
Fracasso? Pelo contrário, vende mais que pão quente. Por que?
PORQUE É BONITO.
O sucesso do Renegade mostra claramente a importância do
design para o sucesso em vendas de um carro. Um veículo ruim, porém bonito,
provavelmente terá vendas melhores que outro feio, porém bom. Basta ver o
Etios.
Portanto foi uma tremenda bola fora da Hyundai apostar num
design tão polêmico para um carro que está entre os cinco mais vendidos do
mercado e que é, por seu posicionamento, necessariamente um carro de volume.
Some-se a isso o fato dos diferenciais em equipamento, motorização e acabamento
estarem restritas às versões de topo, e você tem um HB20 “de briga” com motor
1.0 aspirado da geração passada, equipamentos sem nada demais e ainda por cima
um design feio.
Não vai ter chance contra um Onix muito mais bonito e com
motor renovado.
Falamos isso com dor no coração, pois o HB20 (da geração
antiga) é uma delícia de dirigir mesmo na versão 1.0. Esperamos que um face
lift venha muito rápido para corrigir os rumos.
Comentários