Encontro de antigos em Águas de Lindoia
Neste feriado, marcamos presença no
Encontro de Automóveis Antigos em Águas de Lindoia. As impressões que registramos
do ano passado voltaram com força.
O fluxo de pessoas está maior do que
nunca. O trânsito para chegar na cidade estendia-se por quilômetros e para ir embora
foi pior ainda. O bate e volta de São Paulo começa a ficar inviável, e
hospedar-se em outras cidades também, dado o movimento. Só que os hotéis da
cidade não negociam somente uma diária, e comercializam somente pacotes para os
quatro dias do feriado, o que não necessariamente atende a todos. A boa notícia
é que aparentemente neste ano os hotéis foram com muita sede ao pote e ficaram
com quartos disponíves. Pode ser interessante arriscar uma hospedagem de última
hora.
Assim como no Salão do Automóvel, a
quantidade de pessoas desinteressadas em carros está bem maior do que os
interessados. É até engraçado ouvir a conversa alheia: a quantidade de groselha
é brutal. Destacamos o “uvas verdes”: todos esses antigos são muito caros
porque na verdade não consigo comprar um.
Mas vamos dar parte da razão aos “uvas
verdes”. Aparentemente a crise no setor de antigos passou e os carros voltaram
a encarecer. Além da “taxa Lindoia” – carros no evento têm seu preço
inflacionado em 10% ou mais -, os valores em si estão ficando cada vez menos
razoáveis. As pessoas estão sem dó de pedirem valores surreais, como 400 mil ou
600 mil reais, em carros interessantes mas que não valem um imóvel. O que
identificamos em termos de preço:
- Veículos raros em ótimo estado de
conservação: esses são os caríssimos, destinados a milionários que possuem
coleções. São Rolls-Royces, Ferraris e outros carros de renome.
- Veículos que atingiram um patamar
de preço elevado e estabilizaram. Maverick, Mustang, Dodges nacionais parecem
ter perdido o fôlego nesta faixa de 120 a 150 mil reais. Os muscle-cars
americanos também parecem estabilizados entre 200 e 300 mil.
- Veículos em franca valorização:
ficamos assustados com a subida do preço dos Galaxie/Landau. Havia um
ferro-velho sendo vendido por 40 mil. Os exemplares com melhor convervação
estavam sendo oferecidos por cerca de 80 mil reais, alta relevante sobre os
50-60 pedidos há pouco tempo. Outros que estão valorizando são as Mercedes dos
anos 70.
- Oportunidades: muitas empresas
estão se especializando em trazer carros dos EUA. Muitos modelos são
valorizados lá também, o que dificulta fazer bons negócios, mas outros podem
oferecer oportunidades, como os Corvettes C3 e principalmente C4. Ou se você
curte modelos “fora da caixa”, como os Mustang e Cadillac dos anos 80, aí é um
prato cheio.
- As lojas estão oferecendo negócios
melhores que os particulares. Talvez por já conhecerem o mercado, imaginamos
que as lojas coloquem um certo freio na ganância dos vendedores: “ah, esse
carro nesse estado vende por tantos mil”. Para os particulares, o céu é o
limite, e o que mais tem é gente querendo enriquecer comprando sucata no
interior, dando um tapa e vendendo como se fosse a última bolacha do pacote.
- Continuamos preferindo os encontros
de antigos nos quais eles rodam.
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