Argo vai mal
As piadas já deixaram claro que a escolha do
nome foi bastante infeliz, aparentemente num processo “top-goela-down” de um
executivo gringo que não tem como compreender as piadas e comentários negativos
que o nome tem. Dada a pusilanimidade dos executivos brasileiros, bando de
lambe botas, ficou esse nome mesmo.
Aì tem o problema do espaço no mercado. Qual
será a faixa de preço do Argo? Quem serão os concorrentes? Muito se diz sobre
concorrer com o Onix, só que a Fiat já tem um produto nessa faixa: o Uno. Tudo
bem que o Uno já tá ficando irreconhecível dadas as plásticas infelizes e
exageradas na dianteira, mas ele tá aí no mercado.
Faz mais sentido o Argo vir mais caro. Câmbio automático
de seis marchas e faixa colorida na frente são itens de hatch médio. O Argo
deve vir mesmo como substituto do Punto, com as versões mais baratas competindo
com as mais caras do Onix e as mais caras mordiscando o território dos hatches
médios.
Não dá para um carro ser competitivo na faixa
dos 40 mil e continuar sendo competitivo na faixa dos 70 mil. Ou perde numa
ponta, ou perde na outra – e normalmente perde na ponta mais cara, afinal já
começa a ser possível levar carros de segmento superior pelo mesmo preço. Por
isso duvidamos de um Argo 1.0 aspirado, e acreditamos mais no 1.3 e 1.8, o
primeiro com o Dualogic e o segundo com o AT6.
Se será um bom produto ainda não tem como
dizer. Achamos o design normal, sem grandes arroubos – muito diferente do
Punto, que era de cair o queixo quando foi lançado. Nada como um verdadeiro
design italiano. Vamos ver se a Fiat usará padrão Jeep no interior, com qualidade,
e uma oferta decente de equipamentos.
O brasileiro só tem a perder com a decadência
da Fiat. Que ela se renove com produtos bons e competitivos.
Na lista de desejos: Argo HGT manual com o 1.4T
recalibrado para uns 180 cv e menos de 100 mil reais de preço. Mas é só desejo
mesmo.
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