Fechamento do Museu da TAM (e mais...)

Rolou uma boataria grande neste final de semana a respeito do fechamento do Museu da TAM, cujos prejuízos de R$ 300 mil mensais não seriam mais absorvidos pela LATAM. Oficialmente a empresa nega, e os valores podem não passar de especulação.

Ficamos sabendo da notícia por meio de uma postagem do Museu do Dodge, que encaminhou a notícia comentando que é por isso que não abre para visitação pública. Somente pequenos grupos, a agendar por email.

Aí pensamos no fechamento do Museu da ULBRA, em Canoas-RS, e a dificuldade em se manter outros Museus de Automóveis pelo Brasil. E os autódromos fechando, como os de Curitiba e Jacarepaguá.

E chegamos à seguinte conclusão: automobilismo e aviação são atividades, ou esportes, que agradam quem pratica. Não atraem público. É diferente de futebol – onde muitos assistem e também praticam ou praticaram, ainda que somente uma pelada de vez em quando, e música, que agrada muitas pessoas mesmo que estas não toquem instrumentos ou cantem.

Esta diferença ajuda a entender muitas coisas. Primeiro, as arquibancadas vazias em eventos de automobilismo esportivo – sim, pois o divertido é estar lá num dos carros correndo, e não assistindo. E muito do assistir a corridas tinha a ver com a morbidez de ver acidentes, que (ainda bem) são muito mais raros. Pode ver que qualquer compilado sobre a NASCAR já sai mostrando as batidas. Também explica a proliferação das categorias voltadas ao pessoal endinheirado – Porsche Cup, Maserati Cup – e mesmo os nem tanto – Classic Cup – e ainda os eventos de Track Day que têm atraído cada vez mais gente.

Pode-se ainda influir que ver os carros antigos no museu será gradualmente substituído pelo prazer de ter um carro antigo, dirigi-lo, cuidá-lo. Viver o carro antigo no dia-a-dia, muito mais interessante que vê-los parados.

Aviação é a mesma coisa. Ver aviões num museu tem seu lado bacana, mas legal mesmo é voar. Pilotar.

É claro que carros como a Mercedes 300 SL Asa de Gaivota ou uma Ferrari 250 Berlinetta Passo Corto só veremos em museus mesmo e para dirigir só no videogame. Mas que tal uma ida a um museu no qual você possa ver essas máquinas e depois dar uma volta em um ou mais carros históricos, porém mais comuns e acessíveis? Já pensou um Museu da BMW coroado por um rolê numa M4 nova, ou uma 2002 ti? Ou Museu da Ford com volta no Ford GT, Shelby Mustang?

O que seria inclusive uma saída para os autódromos, já que os museus poderiam ser anexos a eles para esta volta rápida. Também ajudaria a despertar a paixão pelos carros em mais gente, já que é difícil mesmo para a nova geração gostar de carro andando de Onix e Fox. Aí a criança escuta um V8 dos anos 60 e entende como isso faz o coração bater mais forte.

Senão, os carros e aviões antigos ficarão parados em galpões de privilegiados sem desfilar suas linhas e roncos para deleite das pessoas. Cada Dodge aprisionado no museu representa mais uma criança que vai preferir o smartphone à mágica dos automóveis.

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