Hyundai HB20
HB20 é o nome do compacto da Hyundai que vem pra competir com Palio e Gol. E não se enganem: carros assim são o forte dos coreanos, muito mais que os SUVs pelos quais são conhecidos por aí.
A estratégia dos produtos também é diferente: Santa Fe, Vera Cruz e Azera – os Hyundais acima de 100 mil – são atraentes pois são mais baratos e mais equipados do que os sedãs/SUVs equivalentes de outras marcas. Mesmo bem mais caro, o Azera atual ainda é significativamente mais barato que Camry, Accord, e os alemães parecidos em preço não têm o porte, equipamentos ou motorização do Hyundai. Em miúdos: ainda é uma proposta de custo-benefício.
Já os Hyundais abaixo de 100 mil (e muito possivelmente os futuras gerações dos Hyundais mais caros) vêm com preço equivalente aos similares nacionais e importados. O i30 não é significativamente mais barato que o Focus, o Elantra é da mesma faixa de Corolla e Civic, o ix35 compete com RAV4 e CR-V. Aqui o fator determinante, para a Hyundai, é a qualidade de seus carros, medida em design, acabamento, montagem, equipamentos. É o início do atrevimento de uma marca que conseguiu se posicionar como premium no Brasil, algo que não é em nenhum outro país do mundo.
O problema é que, quando se desconta o fator preço, os Hyundais são somente tão bons quanto a concorrência, ou às vezes nem isso. No M4R não trocamos um Focus por um i30 de jeito nenhum; também preferimos um Civic em relação a um Elantra. Não que os Hyundais sejam ruins, mas não se destacam.
O HB20 vem nessa estratégia de custar o mesmo, e não bem menos, do que a concorrência. Os preços estão bem alinhados aos que a VW cobra no Gol G5. E aí vai ser uma questão de saber se o carro é melhor ou não.
As impressões iniciais dão conta de um compacto coreano muito bem feito, com bons materiais de acabamento e precisão nos encaixes. Se isso vai se repetir quando a fábrica no Brasil estiver a todo vapor é outra história, embora a Hyundai tenha um histórico de bom acabamento a seu favor. Quem dirigiu disse que o carrinho é bem esperto na versão 1.0 e a 1.6 16v com 128 cv é um pocket rocket.
Detalhe para a comunicação oficial da Hyundai, notando que este é o mesmo motor que impulsiona Soul e Cerato. Podiam notar que também é o motor do Veloster, mas preferiram seguir com o engodo da CAOA e os 140 cv de mentira.
A briga no segmento vai ser boa; o Gol é hoje provavelmente o melhor compacto nacional. Tem um excelente acerto de suspensão e de câmbio. Recentemente dirigimos uma versão Rallye por quase 100 km em estradas de terra e a sensação é de carro superior. A ergonomia é muito boa e o espaço é adequado para o tamanho. O acabamento usa materiais simples, porém com boa montagem.
E não vamos esquecer que o Gol hoje é vastamente superior à concorrência com Uno, Palio, Celta, Ka, Fiesta, 207, Clio...
Há bastante espaço para o HB20 ser melhor que o Gol – incluindo aí a garantia de 5 anos. O design do coreano é muito bom. O pré-conceito com a Hyundai não existe mais; existe até um desejo de se ter um Hyundai. Some-se a isso o número cada vez maior de concessionárias e o terreno está armado para um sucesso de vendas. As perguntas, no entanto, serão muitas: O HB20 vai aguentar o tranco? Vai aguentar a manutenção displicente dos brasileiros, que acham óleo 20W50 a solução pra tudo? As peças serão baratas? As concessionárias no país todo conseguirão oferecer assistência decente?
Estas perguntas o Gol já respondeu. O HB20, ainda não.
Comentários
Pelo que ja li no site, o forte do Focus é o acerto da posição de dirigir.
O i30 tem melhores numeros em varios quesitos quando se comparam os carros friamente. Alem disso tem suspensao multilink
QUais seriam os motivos para ainda se preferir um Focus?
O Focus não só tem suspensão multilink como ela é muito bem calibrada, firme nas curvas e suave nas ondulações. O Hyundai é simplesmente duro. O Focus tem ainda a vantagem de ser flex.
Mas o i30 é um bom carro; consideramos o Focus melhor por questões de detalhes.
Venha participar conosco! Abraços.