"ah, deixa pra lá..."

Com o final dos Jogos Olímpicos e a certa frustração generalizada com o desempenho do Brasil, muito se perguntou sobre o que diferencia uma nação vitoriosa de uma com menos sucesso nestas atividades. E várias razões são muito válidas, mas uma delas sobressai: a vontade de fazer direito.

Os Estados Unidos, provavelmente com o melhor histórico nesta questão, são o país da competitividade, onde o segundo é o primeiro perdedor. Esta mentalidade chegou à China, país que abraçou o capitalismo com vigor e agora é uma potência mundial também nos esportes. Não é à toa que ambos lideraram os quadros de medalhas das Olimpíadas neste ano e devem estar no topo ainda por muitos anos.

De forma geral, este não é o comportamento do brasileiro. O brasileiro não é o cara faca nos dentes. Não é o cara que quer chegar em primeiro sempre – e quando aparece um desses, como o Ayrton Senna, vejam o sucesso. Para o brasileiro, “assim tá bom”.

O que lembra um episódio do Top Gear criticando algum carro feito na Inglaterra nos anos 70. De acordo com Jeremy Clarkson, o problema é que tudo era feito na base do “that’ll do”, ou seja, “assim tá bom”.

Não acho que seja nem justo pegar um atleta brasileiro e criticá-lo por não ter a faca nos dentes. Todos eles merecem reconhecimento por simplesmente estarem nas Olimpíadas – menos os do futebol, claro, que realmente podiam ser mais aguerridos. Mas o problema é a mentalidade geral.

Quando você chega num supermercado e o atendente diz que a máquina de moer carne está quebrada, o problema é a mentalidade “assim tá bom”. Ninguém pensou em ter uma máquina de reserva; ninguém pensou em ter carne moída em estoque; ninguém pensou simplesmente em afixar um cartaz dizendo que a máquina estava quebrada. Afinal de contas, “assim tá bom”.

É a mesma coisa quando aceitamos ser mal atendidos em restaurantes; ou quando deixamos de reclamar sobre ligações telefônicas não completadas; ou, para ficar no tema do blog, quando aceitamos “novas gerações” de carros que são nitidamente piores que as anteriores, ou depenações nos modelos em linha. “Assim tá bom”.

A vida é muito curta para essa mentalidade de “assim tá bom”.

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