Mais barato abastecer com uísque...

O álcool acabou. Verdade, acabou mesmo. Especialistas afirmam que menos de cinco empresas do setor ainda têm estoques de etanol. E é muito ridículo culpar os usineiros por produzir açúcar no lugar de etanol, pois o primeiro é financeiramente mais vantajoso – seria a mesma coisa de pedir que você reduzisse seu salário em nome do orgulho nacional. Desculpem, mas não é assim que o mercado funciona.

Se existe uma demanda maior tanto por açúcar quanto por etanol, os preços vão subir. Se não é possível interceder na demanda, o negócio é interceder na oferta – e é isso que esse governo estúpido deveria ter feito lá atrás, e não aparecer agora com essas leis estúpidas se intrometendo no mercado.

O setor usineiro brasileiro ainda é bastante amador, composto por uma série de unidades controladas por famílias e donos sem grande compromisso com eficiência na produção. Além disso, a cana-de-açúcar é mal vista em muitas áreas rurais, quer seja pelas queimadas ou pelo enorme fluxo de mão-de-obra durante as épocas de plantio e colheita. Nunca foi feita uma campanha de conscientização da população rural ou do usineiro. Aí você aumenta a demanda por açúcar e etanol e o sistema produtivo está lá, interte, sem investimentos e sem financiamento.

O etanol de cana-de-açúcar é um dos biocombustíveis mais eficientes disponíveis hoje. Dá um banho no etanol de milho americano. É natural que não só o Brasil, mas o mundo inteiro esteja interessado em nosso etanol. E, tenham certeza, essa procura só vai aumentar, tanto lá fora quanto aqui dentro, com o próprio crescimento da frota. A solução não passa por regulações rocambolescas, mas sim por investimentos, por incentivos para que grupos nacionais e estrangeiros de porte invistam em usinas, uma legislação apropriada para o uso da terra. Coisas sérias, que nunca estão na pauta do governo.

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