Wrap-up 2006
Fechados os números, 2006 só ficou atrás do mítico 1997 em termos de vendas de carros no mercado interno, e ainda assim por uma diferença mínima, menos de 3 mil veículos. A produção total segue batendo recordes, com o Brasil se tornando um pólo exportador, com excelência numa plataforma que fala aos países com o maior potencial de crescimento: carros pequenos, baratos e robustos.
Meu lado “brasileiro” gosta de ver este crescimento. Mais empregos, mais divisas, mais prosperidade. Já meu lado “usuário”, não. Mais carros significam mais poluição, mais trânsito, significam o endosso a estratégias de produto que visam nitidamente a felicidade da montadora e não do consumidor (Gol G4, Vectra novo).
Com exceção do último item, no entanto, argumentos derrubam claramente os contras do lado “usuário”. Se o trânsito é culpa do excesso de veículos, como os Departamentos de Trânsito gostam de apregoar, a culpa deste excesso é do governo e sua incapacidade de investir em metrô e outras formas de transporte.
A grande maioria das emissões poluentes feitas pelo Brasil decorre de queimadas, então nossa frota, numa escala global, não constitui um risco sério – e as vendas de carros novos contribuem para isso, na medida em que trocam carros velhos por novos, que poluem menos. Onde – novamente – falta a atenção do governo é nas políticas de renovação da frota e de restrições severas à poluição de motos, que podem sujar o ar quatro vezes mais que um carro. Sem contar em caminhões e ônibus absolutamente desregulados.
Alguns números de vendas me surpreenderam. Negócios feitos a prazo são 65% das vendas, sendo que 42% em mais de 36 meses – contra 30% ano passado. Ou seja, se o seu vizinho aparecer de carro novo, pode perguntar “e aí, quantas parcelas ainda faltam?”
Isso mostra que a melhor oferta de crédito e as boas andanças da economia têm refletido bem no mercado de carros. É o caminho para a liquidez existente nos EUA, onde os financiamentos são tão longos, tão comuns, e de juros tão baixos que ter um carro é praticamente como pagar por um serviço – ainda mais em se considerando a garantia de 5 anos, ou 160 mil km, comum por lá, coisa que nem a Toyota se atreve a fazer por aqui.
Enfim, 2007 promete boas vendas e alguns lançamentos interessantes, embora a maioria remodelações de plataformas do século passado. Ah, a economia...
Meu lado “brasileiro” gosta de ver este crescimento. Mais empregos, mais divisas, mais prosperidade. Já meu lado “usuário”, não. Mais carros significam mais poluição, mais trânsito, significam o endosso a estratégias de produto que visam nitidamente a felicidade da montadora e não do consumidor (Gol G4, Vectra novo).
Com exceção do último item, no entanto, argumentos derrubam claramente os contras do lado “usuário”. Se o trânsito é culpa do excesso de veículos, como os Departamentos de Trânsito gostam de apregoar, a culpa deste excesso é do governo e sua incapacidade de investir em metrô e outras formas de transporte.
A grande maioria das emissões poluentes feitas pelo Brasil decorre de queimadas, então nossa frota, numa escala global, não constitui um risco sério – e as vendas de carros novos contribuem para isso, na medida em que trocam carros velhos por novos, que poluem menos. Onde – novamente – falta a atenção do governo é nas políticas de renovação da frota e de restrições severas à poluição de motos, que podem sujar o ar quatro vezes mais que um carro. Sem contar em caminhões e ônibus absolutamente desregulados.
Alguns números de vendas me surpreenderam. Negócios feitos a prazo são 65% das vendas, sendo que 42% em mais de 36 meses – contra 30% ano passado. Ou seja, se o seu vizinho aparecer de carro novo, pode perguntar “e aí, quantas parcelas ainda faltam?”
Isso mostra que a melhor oferta de crédito e as boas andanças da economia têm refletido bem no mercado de carros. É o caminho para a liquidez existente nos EUA, onde os financiamentos são tão longos, tão comuns, e de juros tão baixos que ter um carro é praticamente como pagar por um serviço – ainda mais em se considerando a garantia de 5 anos, ou 160 mil km, comum por lá, coisa que nem a Toyota se atreve a fazer por aqui.
Enfim, 2007 promete boas vendas e alguns lançamentos interessantes, embora a maioria remodelações de plataformas do século passado. Ah, a economia...
Comentários