Golf com interior de Mercedes
Esses dias ouvimos uma anedota da indústria que pode ser mentira, mas preferimos acreditar que é verdade.
Chegou
aos ouvidos da Volkswagen na Alemanha, comandada pelo CEO Ferdinand Piëch, que
a Mercedes-Benz iria lançar um carro compacto que concorreria em preço (não em
porte, pois seria menor, com o Golf), isso no final da década de 90. O Mercedes,
como sabemos, era o Classe A W168 que chegou a ser produzido no Brasil, em Juiz
de Fora.
Piëch
e a liderança da VW se puseram em polvorosa. Era quase como se houvesse um
acordo entre cavalheiros teutônicos, a Mercedes não invade a praia da VW e vice-versa.
Isso poderia derrubar as vendas da VW e seu principal produto, o Golf, especialmente
considerando que na Europa um carro mais compacto tem muitos atrativos naquelas
ruelas medievais.
Pois
Piëch resolveu responder à altura e brigar no campo da Mercedes. Não lançando
um carro para concorrer naquele segmento (a VW já tinha a Audi e o Phaeton
viria depois), mas dotando o Golf de um interior digno de uma Mercedes.
E
aí o projeto do Golf Mk4, que conhecemos aqui como Golf sapão e teve longa
história no Brasil, foi repensado para acomodar um padrão de encaixes e
materiais nunca vistos. Nós lembramos do impacto que foi entrar num desses pela
primeira vez: era descomunal o abismo com relação aos concorrentes, mesmo o
Focus que já era muito bem acabado. Uma versão 2.0 Comfortline com bancos em
veludo era uma coisa de outro mundo; pqps nas portas com retorno suave,
plástico emborrachado em todo o painel e nas portas, maçanetas internas cromadas,
aquele porta-copos espetacular fincado no painel, colunas A e B revestidas
internamente com tecido, não foram poupadas despesas. Dizem até que aquele
acabamento macio nos plásticos, que depois cede e fica parecendo uma cola
horrorosa, foi uma inovação patenteada de um fornecedor para melhorar o
acabamento (e que infelizmente deveria ter sido melhor pensada quanto à
durabilidade).
E
de fato o Golf seguiu vendendo milhões de unidades, enquanto o classe A esteve
longe de atender as previsões de vendas da Mercedes.
Comentários
Meu pai comprou um Omega CD 4.1 em 1996. Automático, painel digital, mas fez questão que fosse bancos em veludo. Esse carro está comigo até hoje. E os bancos em perfeito estado de conservação. Uma delícia comparado aos tecidos pobres de hoje em dia. E muito mais gostosos de usar que o couro...