Teste: Nissan Kicks SL 1.6 CVT
É um tipo de leitor infelizmente
muito comum no M4R e em diversos sites especializados em automóveis: o que
compra o carro e DEPOIS vai ler as avaliações.
Por dentro a Nissan também espalhou cuidados. O principal é o painel suave ao toque com uma forração estilo couro. Os bancos e o volante também são muito bem revestidos e agradáveis, especialmente nas versões com revestimento bege ou marrom (o testado era preto). A nota ruim fica por conta dos painéis de porta, fartamente revestidos com um plástico duro e monótono – note como as maçanetas de porta ficam “perdidas” naquele mar de plástico.
A posição de dirigir é típica de SUVs, com o ponto H mais alto e uma flexão das pernas para baixo para alcançar os pedais, que não acontece em carros mais baixos. Os ajustes de altura e distância do banco (manuais) e ao volante são amplos e permitem boa acomodação a diversos tipos físicos.
O 1.6 16v entrega 114 cv a 5.600 rpm, e 15,5 m.kgf de torque a 4.000 rpm. É um motor bastante suave, linear na entrega de potência, e com um ronco agradável – que mal se ouve pois o Kicks é bem isolado e silencioso. Um trabalho nesse mesmo motor para atingir níveis de potência dos motores 1.6 mais novos, como os 128 cv da Hyundai ou 130 cv da Ford, fariam muito bem.
Aí, quando descobre que o carro que
comprou não é o pica das galáxias, escreve comentários xingando o repórter, o
site, todos são comprados, e o carro dele é melhor porque sim, e por aí vai.
“Quem é o estagiário para falar mal de um Vectra” é um dos vários que
recebemos.
Então, amigo ou amiga, se você
comprou um Kicks – especialmente considerando que ele foi o SUV mais vendido em
Março – e foi agora ler os testes e chegou até aqui, nos desculpe, mas:
O Nissan Kicks é uma enganação.
%$#*&%¨@$*&¨%@*¨%
(xingamentos da multidão enfurecida)
Bom, agora que o pessoal mais nervoso
já foi embora, podemos explicar a construção do nosso raciocínio. E já
adiantamos que sabemos que o Kicks ganhou muitos comparativos contra outros
SUVs compactos, e nós concordamos com os resultados destes comparativos. O
problema é que os outros SUVs da categoria também são enganações.
O Kicks é um SUV compacto construído
a partir da plataforma do March, que é um hatch de entrada, da categoria do Gol
e Onix, ou até inferior. Pegar essa base e transformar num carro de categoria
superior é como pegar um tijolo e temperar com trufas, ervas finas e sal do
chifre do bode do Himalaia: não adianta, a base continua sendo um tijolo.
O resultado é que o Kicks ignora
diversas amenidades que seriam mais do que esperadas em um carro beirando os
100 mil reais. Vamos à lista de ausências:
- DRL
- Iluminação dos para-sóis
- Faixa degradê
- Retrovisor eletrocrômico
- Retrovisor externo com tilt-down
- Porta-objetos com tampa à esquerda
do volante
- Descansa-braços
- Controlador de velocidade (piloto
automático)
- Portas que destravam usando a
maçaneta (o Kicks cobriga o passageiro a destravar a porta antes de abri-la por
meio de uma alavanca acima da maçaneta, tal qual um Opala)
- Acabamento da pintura nas partes
internas (o Kwid tem)
- Luz de cortesia central ou na parte
traseira
Sem falar que diversos carros nessa
faixa de preço já oferecem bancos elétricos, sensor de pressão dos pneus, e
outras amenidades.
O que salva o Kicks é que seus
concorrentes na categoria dos SUVs compactos têm, em sua maioria, a mesma
origem humilde ao serem elaborados a partir de carros de segmentos inferiores,
como o EcoSport a partir do Fiesta e o Tracker a partir do Onix, e estão
sujeitos aos mesmos perrengues. O HR-V é um pouco melhor, pois o Fit do qual
deriva não é tão pé-de-boi, mas em compensação a Honda cobra três órgãos vitais
no preço (quatro na versão Touring), o que o torna completamente fora da
realidade. E o Renegade, único na categoria a justificar o preço em termos de
projeto e amenidades, sofre com a estupidez da Fiat em equipá-lo com um motor
absurdamente aquém das suas necessidades e espaço interno de caixa de fósforo.
Dentre os SUVs compactos derviados de
hatches, o Kicks talvez seja o que melhor disfarça a sua origem humilde. Apesar
das ausências que detalhamos acima, nota-se o cuidado da Nissan em outras
áreas. A primeira, e talvez principal, é o design. O Kicks foge do comum,
agrega vincos e arestas para um resultado visual muito agradável, que se
destaca da mesmice e surpreende ainda mais por ser um Nissan, que não é
exatamente sinônimo de design no Brasil. A oferta de cores diferentes no teto e
no revestimento interno só contribui para essa diferenciação. O contraponto é
ser um design de vida curta – enjoa rápido – e de difícil atualização por meio
de face-lifts.
Ainda falando em design, note como a
Honda desenhou o HR-V para parecer maior do que é, preocupação menos
evidenciada no Kicks. O Honda parece muito maior que o Nissan, sendo que na
verdade têm tamanhos muito próximos.
Por dentro a Nissan também espalhou cuidados. O principal é o painel suave ao toque com uma forração estilo couro. Os bancos e o volante também são muito bem revestidos e agradáveis, especialmente nas versões com revestimento bege ou marrom (o testado era preto). A nota ruim fica por conta dos painéis de porta, fartamente revestidos com um plástico duro e monótono – note como as maçanetas de porta ficam “perdidas” naquele mar de plástico.
A posição de dirigir é típica de SUVs, com o ponto H mais alto e uma flexão das pernas para baixo para alcançar os pedais, que não acontece em carros mais baixos. Os ajustes de altura e distância do banco (manuais) e ao volante são amplos e permitem boa acomodação a diversos tipos físicos.
Os bancos dianteiros merecem menção
especial. A Nissan os chama de “Zero Gravity” e diz que foram especialmente
formulados para tirar o peso do corpo. Fato é que os bancos são excelentes, em
conformação, densidade de espuma, maciez do couro, são inclusive bonitos.
Na versão de topo, a Nissan equipou o
Kicks com um cluster parcialmente digital, no qual o velocímetro permanece
analógico, porém o restante das informações está disponível numa tela de alta
resolução. E aqui está o primeiro dos (vários) exemplos de grandes idéias e
execução medíocre que permeiam o carro. O painel é muito bacana de mostrar pros
amigos, e tão ruim de usar na vida real que daria pra dizer que o painel da
versão inferior SV, com conta-giros analógico, é melhor.
Vamos aos exemplos práticos. O
conta-giros é uma das telas disponíveis. Se você quiser usar a tela com o
velocímetro digital, o conta-giros some. Se você quiser ver o computador de
bordo, não consegue ver o conta-giros ou o velocímetro digital. Ou seja, cada
função do computador de bordo ocupa a tela inteira e omite outras informações
que seriam interessantes de visualizar. Para nós, por exemplo, conta-giros é
algo que precisa estar visível em todos os momentos. Por quê não conseguimos
ver ele e o velocímetro digital ao mesmo tempo? Ou com o consumo instantâneo? Porque
quem idealizou não pensou de verdade, a fundo, na utilização.
Enquanto as informações brigam pela
parte esquerda da tela, a parte central te ofende com um desperdício de espaço
monumental. Tudo o que aparece ali é um indicador de marchas gigantesco (num
carro com câmbio CVT!!!!), completamente desnecessário. Mais uma vez, faltou
pensar.
Tem uma função do computador de bordo
que fica sempre visível: autonomia, mostrada ao lado do indicador digital do
nível de combustível. Com o tanque ridículo de 41 litros, a Nissan achou por
bem mostrar constantemente ao motorista o quanto ele ainda pode rodar, o que
faz sentido. Mas é daqueles que deixa de indicar quando a autonomia chega a
cerca de 30 km ou menos, ou seja, ele deixa de funcionar no momento que você
mais precisa. Temos ódio profundo de todos os indicadores de autonomia que são
programados dessa maneira. É tosco, inutiliza a função, é uma vergonha para
qualquer empresa que teoricamente saiba fazer carros.
Coerente com a filosofia de grandes
idéias e execução medíocre, faltou pensar em outros detalhes. Você chegou com o
Kicks num local, vai desembarcar um passageiro e seguir viagem. Você estaciona,
mantém o motor ligado, a pessoa abre a porta pra sair e... não consegue. Colocar
o câmbio em P não adianta. Você precisa destravar as portas manualmente pelo
botão na porta, ou o passageiro destrava a própria porta por meio de uma trava
escondida junto à maçaneta da porta. Fazia muito tempo que não víamos nada tão
anacrônico. É muito desagradável no dia a dia.
Situação parecida: você abre a porta
do motorista com o motor ligado para ajudar uma outra pessoa a desembarcar, carregar
alguma coisa, ou para ver se o carro ficou bem estacionado. O Kicks toca uma
sineta irritante e insistente para avisar que o motor está ligado. SÉRIO MESMO
QUE O MOTOR ESTÁ LIGADO? TÁ ACHANDO QUE ESSA PORRA É ELÉTRICA? Entendemos
avisos para luzes acesas, mas motor ligado?
Mais um vacilo: só tem luz de
cortesia na frente, no teto próximo ao retrovisor interno. Já seria um erro. Só
que o estagiário percebeu e avisou o engenheiro-chefe. Esse cara não deve
manjar nada de carro e mandou o estagiário se virar, que ele não ia mexer no
projeto pois estava muito ocupado atualizando seu “Insta”. Aí o estag fez o que
dava: trocou as lâmpadas por outras mais fortes. O resultado é que a luz
interna do Kicks chega a incomodar quem está na frente, e a solução não
resolveu a ausência de luz traseira dedicada. Se você precisar de iluminação
atrás, para ajudar idosos, ficar com uma criança, procurar algo que caiu no
assoalho, ou algo do gênero, vai precisar usar a lanterna do celular.
A foto acima foi retirada do site da Nissan Brasil. Nela, podemos ver a iluminação central que o carro DEVERIA ter e foi economizada por cretinice.
Ah, mas o engenheiro do “Insta”
autorizou uma central multimídia top.
De fato é muito boa. Colorida, com um
layout bonito e fácil de usar, sensibilidade ao toque no ponto certo, e tem
Apple Car Play e Android Auto. Vem com um bom navegador, porém a melhor parte é
usar o Waze na tela central do carro, algo muito útil nas cidades
congestionadas. Também vem com rádio, Bluetooth, entrada USB e uma para mini
cartão SD.
Porém, como a regra geral do carro é
de boas ideias e execução nem tanto, em muitos pontos a central deixa a
desejar. Primeiramente, como é comum nos carros japoneses, TODAS AS VEZES que
você liga o som você precisa clicar em “aceitar” antes do sistema funcionar.
Achamos engraçado que os carros de origem norte-americana, a terra do litígio
judicial, não trazem isso. Depois, tem a demora para a central ligar; muitos
donos de Kicks simplesmente não a desligam, e usam o desligamento automático
que acontece quando você desliga o motor e abre a porta do motorista (isso não
te livra do botão “aceitar”, porém). Deixar a central sempre ligada tem outra
vantagem importante: a câmera de ré e a visão 360º aparecem instantaneamente ao
posicionar a marcha em R. Se o sistema estiver
desligado, pode esperar uma demora de cinco segundos entre engatar a ré
e as imagens aparecerem – em todos os outros carros que testamos as imagens da
câmera de ré aparecem imediatamente ao se engatar a marcha. Se você quiser usar
a câmera da frente do carro, como por exemplo ao estacionar de frente, é pior
ainda, pois tem a demora adicional para o sistema entender o comando no botão “cam”.
E, para finalizar com chave de ouro,
as notificações por som do Waze podem ser colocadas em mudo, mas não
desligadas. Isso significa que você está de boa ouvindo sua música e, se for o
momento de virar à direita, sua música vai parar, fica mudo, e depois a música
retorna (sem pausar, ou seja, alguns segundos à frente) quando o aviso do Waze tiver teminado.
Experimente isso num trajeto cheio de mudanças de direção e o resultado é que
você não conseguirá ouvir a música.
O espaço interno é um dos melhores
atributos do carro, sendo equivalente ao do HR-V, que é referência na
categoria. O Kicks leva quatro pessoas com conforto e cinco adultos com alguma
dignidade, e mantém um porta-malas de bom volume, embora as caixas de roda
sejam consideravelmente protuberantes. Tudo isso sem ser enorme por fora. Se
espaço interno é um dos principais motivos pelos quais as pessoas optam por
SUVs, nisso o Kicks está muito bem.
Quem já leu sobre o Kicks deve estar
ansioso para ler a nossa avaliação sobre o desempenho, que foi unanimamente
criticado. A nosso ver, o desempenho é limitado sim, porém acaba sendo muito
menos irritante do que os itens que descrevemos acima.
Vamos lembrar que a Nissan sempre
descreveu o Kicks como um SUV urbano, “desbravar a cidade” e coisas assim. E na
cidade o carro é muito gostoso de guiar, com direção leve, comandos macios,
câmbio CVT para máxima eficiência e desempenho suficiente. A altura do solo é
excelente, e em nosso teste o carro não raspou nenhuma vez em nenhuma valeta –
bem melhor que os Jeeps Renegade e Compass, que parecem Gol Quadrado Socado que
entala até em tartaruga de estacionamento de shopping.
Na estrada o Kicks está fora de seu
ambiente, e a Nissan não esconde isso. A falta de controlador de velocidade,
inclusive, deve ter sido uma decisão decorrente desse foco no uso urbano. Em
altas velocidades, o Kicks te obriga a prestar muita atenção no relevo da
pista, acelerando antes de subidas, pois se não fizer a queda de velocidade é
bastante pronunciada. Pode parecer bobagem, mas quem está acostumado com carros
acima de 150 cv já não liga tanto para o relevo pois há potência suficiente
para vencer as subidas sem muito alarde. Se for fazer uma retomada de
velocidade acima de 80 km/h, ou ultrapassagem, o Kicks terá respostas lentas,
graduais, e vão requerer planejamento do motorista.
Essa parcimônia de desempenho ao
menos se reverte em economia de combustível, especialmente usando gasolina.
Atingimos médias superiores a 18 km/l em estrada rodando ao redor de 100-110
km/h, bastante positivo. Com etanol o consumo é bem maior.
O 1.6 16v entrega 114 cv a 5.600 rpm, e 15,5 m.kgf de torque a 4.000 rpm. É um motor bastante suave, linear na entrega de potência, e com um ronco agradável – que mal se ouve pois o Kicks é bem isolado e silencioso. Um trabalho nesse mesmo motor para atingir níveis de potência dos motores 1.6 mais novos, como os 128 cv da Hyundai ou 130 cv da Ford, fariam muito bem.
O baixo peso de 1.142 kg torna o
Kicks muito agradável, pois ele é leve na condução, ágil, não fica “se
arrastando” como carros mais pesados. E é o principal atributo para o
desempenho ser razoável e não estupidamente ruim como no Renegade, mesmo esse
com 25 cv a mais.
O motor está acoplado a uma
transmissão CVT, da qual a Nissan foi uma das pioneiras no Brasil e que por
isso mesmo já deveria passar por atualizações. Desde o primeiro Fit, ficou
claro que o CVT é o melhor tipo de câmbio para tentar dar vivacidade a carros
com motores pequenos, e no Kicks não é diferente. Na condução tranquila, o CVT
garante giros baixos e dificilmente supera 2 mil giros, o que assegura bons
números de consumo. Já na demanda de potência o CVT rapidamente leva o motor à
faixa de maior potência, extraindo todo o suco do valente 1.6. No caso do Kicks
a programação impõe “trocas” com queda de cerca de mil giros quando o curso do
acelerador está acima de 70%.
A calibração que a Honda obteve no
seu CVT com conversor de torque em motores pequenos – Fit e City – é mais
voltada a desempenho, com uma atuação mais presente do conversor que ajuda em
arrancadas e retomadas. Preferimos assim, embora reconhecendo que é uma questão
de gosto.
Há poucas possibilidades de
interação, em linha com a vocação urbana do carro. o câmbio possui um botão
Sport, escondido, que eleva os giros, e a posição L na alavanca para freio
motor acentuado.
Junto ao design, a melhor
característica do Kicks é a suspensão. No M4R somos grandes defensores da
suspensão traseira multilink, porém sempre lembrando que em muitos casos a
calibração é mais importante do que o sistema – vide o Civic G9 com multilink e
calibração dura ao extremo.
O Kicks demonstra o que é possível
fazer com eixo de torção (e o conjunto todo de molas, amortecedores, buchas,
rodas etc) bem calibrado. A qualidade do rodar do Kicks põe muito carro mais
caro no chinelo. É macio e firme na medida certa, filtrando irregularidades do
piso muito bem, isolando os ocupantes do asfalto lamentável que temos em tantas
cidades, e permite tomar curvas de forma razoavelmente esportiva, considerando
ser um SUV. A transmissão inicial de impactos poderia melhorar, ser mais suave,
mas é detalhe.
Com tudo considerado, o Kicks é um
carro bonito, com acabamento adequado, gostoso de dirigir, espaçoso, econômico
e muito bom de suspensão. As falhas mais gritantes são mesmo o desempenho na
estrada, a ausência de equipamentos esperados na faixa de preço e
principalmente a falta de execução melhor em algumas boas ideias, que no Kicks
deixam a desejar, e que só aparecem num uso mais prolongado. Com um pouco mais
de carinho e cuidado o carro seria bem mais agradável.
Se você faz questão de um SUV
compacto, o Kicks é mesmo um dos melhores. Cada qual tem seus prós e contras,
sendo que a nosso ver HR-V e Kicks oferecem o melhor conjunto da obra, sem as
falhas gritantes como o espaço interno (EcoSport, Renegade, Tracker), estepe
externo e tampa do porta-malas bizarra (EcoSport), desempenho (Renegade),
acabamento (Captur).
Só que com 95 mil na mão, você estará
muito mais bem servido com um dos hatches ou sedãs disponíveis nessa faixa de
preço. Um Golf ou até mesmo um Polo é um milhão de vezes mais carro – melhor
projeto, solidez, conforto, dirigibilidade – assim como um Focus, Civic (espaço
interno superior a qualquer SUV compacto) ou Cruze. Não faz sentido comprar um
SUV dessa categoria, pois eles não superam os hatches ou sedãs em nenhum item –
nem mesmo sobrevivência ao asfalto mal conservado.
Estilo 10 – Muito bonito, diferenciado. Porém deve
enjoar com o tempo.
Imagem – Hipster.
Acabamento 8 – O painel, com o enxerto em couro e
plástico de bom toque, merecia nota maior. Mas as portas são simples demais.
Posição de dirigir 9 – Os ajustes são amplos e
servem a diferentes tipos físicos.
Instrumentos 5 – Faltou execução na ideia do
cluster digital, mas não dá pra falar que é ruim – as informações estão lá, só
que escondidas.
Itens de conveniência 6 – Pelo preço, é pouco.
Espaço interno 10 – Excelente, especialmente pelo porte
compacto.
Porta-malas 8 – Boa capacidade, 432 litros fáceis
de aproveitar. As caixas de roda são muito protuberantes e atrapalham um pouco.
Motor 5 – Poderia render mais pelo deslocamento,
tanto em potência quanto em economia. Está no estágio que não compromete, mas
saiu da vanguarda.
Desempenho 4 – O CVT faz um bom trabalho para aliar
desempenho e economia. Mas não tem milagre, na estrada falta motor mesmo.
Câmbio 5 – Gostaríamos de um conversor de torque
mais atuante, para arrancadas mais vigorosas. Como está, é um câmbio bom, porém
excessivamente calibrado para economia. Poderia ter simulação de marchas
trocadas pelo motorista.
Freios 7 – O tambor atrás não ofende por ser um
carro leve e de desempenho contido. A modulação do pedal é perfeita.
Suspensão 10 – Calibração de aplaudir de pé. O
Kicks ignora o asfalto ruim, valetas, com uma solidez de dar gosto.
Estabilidade 7 – Surpreendente para um SUV.
Segurança passiva 9 – A versão de topo traz seis
air bags, auxílio de frenagem, controle de tração desligável, num pacote
adequado para a categoria.
Custo-benefício 8/2 – Duas notas. Entre os SUVs
compactos, o Kicks é uma das melhores compras, pela combinação de espaço,
equipamentos e dirigibilidade. A nota baixa vai para seu valor em relação ao
mercado em geral, com concorrentes hatches ou sedãs com muito mais conteúdo e
motorização por valor equivalente.
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