Teste: Nissan Kicks SL 1.6 CVT


É um tipo de leitor infelizmente muito comum no M4R e em diversos sites especializados em automóveis: o que compra o carro e DEPOIS vai ler as avaliações.

Aí, quando descobre que o carro que comprou não é o pica das galáxias, escreve comentários xingando o repórter, o site, todos são comprados, e o carro dele é melhor porque sim, e por aí vai. “Quem é o estagiário para falar mal de um Vectra” é um dos vários que recebemos.

Então, amigo ou amiga, se você comprou um Kicks – especialmente considerando que ele foi o SUV mais vendido em Março – e foi agora ler os testes e chegou até aqui, nos desculpe, mas:

O Nissan Kicks é uma enganação.

%$#*&%¨@$*&¨%@*¨% (xingamentos da multidão enfurecida)

Bom, agora que o pessoal mais nervoso já foi embora, podemos explicar a construção do nosso raciocínio. E já adiantamos que sabemos que o Kicks ganhou muitos comparativos contra outros SUVs compactos, e nós concordamos com os resultados destes comparativos. O problema é que os outros SUVs da categoria também são enganações.

O Kicks é um SUV compacto construído a partir da plataforma do March, que é um hatch de entrada, da categoria do Gol e Onix, ou até inferior. Pegar essa base e transformar num carro de categoria superior é como pegar um tijolo e temperar com trufas, ervas finas e sal do chifre do bode do Himalaia: não adianta, a base continua sendo um tijolo.

O resultado é que o Kicks ignora diversas amenidades que seriam mais do que esperadas em um carro beirando os 100 mil reais. Vamos à lista de ausências:

- DRL

- Iluminação dos para-sóis

- Faixa degradê

- Retrovisor eletrocrômico

- Retrovisor externo com tilt-down

- Porta-objetos com tampa à esquerda do volante

- Descansa-braços

- Controlador de velocidade (piloto automático)

- Portas que destravam usando a maçaneta (o Kicks cobriga o passageiro a destravar a porta antes de abri-la por meio de uma alavanca acima da maçaneta, tal qual um Opala)

- Acabamento da pintura nas partes internas (o Kwid tem)

- Luz de cortesia central ou na parte traseira

Sem falar que diversos carros nessa faixa de preço já oferecem bancos elétricos, sensor de pressão dos pneus, e outras amenidades.

O que salva o Kicks é que seus concorrentes na categoria dos SUVs compactos têm, em sua maioria, a mesma origem humilde ao serem elaborados a partir de carros de segmentos inferiores, como o EcoSport a partir do Fiesta e o Tracker a partir do Onix, e estão sujeitos aos mesmos perrengues. O HR-V é um pouco melhor, pois o Fit do qual deriva não é tão pé-de-boi, mas em compensação a Honda cobra três órgãos vitais no preço (quatro na versão Touring), o que o torna completamente fora da realidade. E o Renegade, único na categoria a justificar o preço em termos de projeto e amenidades, sofre com a estupidez da Fiat em equipá-lo com um motor absurdamente aquém das suas necessidades e espaço interno de caixa de fósforo.

Dentre os SUVs compactos derviados de hatches, o Kicks talvez seja o que melhor disfarça a sua origem humilde. Apesar das ausências que detalhamos acima, nota-se o cuidado da Nissan em outras áreas. A primeira, e talvez principal, é o design. O Kicks foge do comum, agrega vincos e arestas para um resultado visual muito agradável, que se destaca da mesmice e surpreende ainda mais por ser um Nissan, que não é exatamente sinônimo de design no Brasil. A oferta de cores diferentes no teto e no revestimento interno só contribui para essa diferenciação. O contraponto é ser um design de vida curta – enjoa rápido – e de difícil atualização por meio de face-lifts.

Ainda falando em design, note como a Honda desenhou o HR-V para parecer maior do que é, preocupação menos evidenciada no Kicks. O Honda parece muito maior que o Nissan, sendo que na verdade têm tamanhos muito próximos.

Por dentro a Nissan também espalhou cuidados. O principal é o painel suave ao toque com uma forração estilo couro. Os bancos e o volante também são muito bem revestidos e agradáveis, especialmente nas versões com revestimento bege ou marrom (o testado era preto). A nota ruim fica por conta dos painéis de porta, fartamente revestidos com um plástico duro e monótono – note como as maçanetas de porta ficam “perdidas” naquele mar de plástico.

A posição de dirigir é típica de SUVs, com o ponto H mais alto e uma flexão das pernas para baixo para alcançar os pedais, que não acontece em carros mais baixos. Os ajustes de altura e distância do banco (manuais) e ao volante são amplos e permitem boa acomodação a diversos tipos físicos.

Os bancos dianteiros merecem menção especial. A Nissan os chama de “Zero Gravity” e diz que foram especialmente formulados para tirar o peso do corpo. Fato é que os bancos são excelentes, em conformação, densidade de espuma, maciez do couro, são inclusive bonitos.

Na versão de topo, a Nissan equipou o Kicks com um cluster parcialmente digital, no qual o velocímetro permanece analógico, porém o restante das informações está disponível numa tela de alta resolução. E aqui está o primeiro dos (vários) exemplos de grandes idéias e execução medíocre que permeiam o carro. O painel é muito bacana de mostrar pros amigos, e tão ruim de usar na vida real que daria pra dizer que o painel da versão inferior SV, com conta-giros analógico, é melhor.

Vamos aos exemplos práticos. O conta-giros é uma das telas disponíveis. Se você quiser usar a tela com o velocímetro digital, o conta-giros some. Se você quiser ver o computador de bordo, não consegue ver o conta-giros ou o velocímetro digital. Ou seja, cada função do computador de bordo ocupa a tela inteira e omite outras informações que seriam interessantes de visualizar. Para nós, por exemplo, conta-giros é algo que precisa estar visível em todos os momentos. Por quê não conseguimos ver ele e o velocímetro digital ao mesmo tempo? Ou com o consumo instantâneo? Porque quem idealizou não pensou de verdade, a fundo, na utilização.

Enquanto as informações brigam pela parte esquerda da tela, a parte central te ofende com um desperdício de espaço monumental. Tudo o que aparece ali é um indicador de marchas gigantesco (num carro com câmbio CVT!!!!), completamente desnecessário. Mais uma vez, faltou pensar.



Tem uma função do computador de bordo que fica sempre visível: autonomia, mostrada ao lado do indicador digital do nível de combustível. Com o tanque ridículo de 41 litros, a Nissan achou por bem mostrar constantemente ao motorista o quanto ele ainda pode rodar, o que faz sentido. Mas é daqueles que deixa de indicar quando a autonomia chega a cerca de 30 km ou menos, ou seja, ele deixa de funcionar no momento que você mais precisa. Temos ódio profundo de todos os indicadores de autonomia que são programados dessa maneira. É tosco, inutiliza a função, é uma vergonha para qualquer empresa que teoricamente saiba fazer carros.

Coerente com a filosofia de grandes idéias e execução medíocre, faltou pensar em outros detalhes. Você chegou com o Kicks num local, vai desembarcar um passageiro e seguir viagem. Você estaciona, mantém o motor ligado, a pessoa abre a porta pra sair e... não consegue. Colocar o câmbio em P não adianta. Você precisa destravar as portas manualmente pelo botão na porta, ou o passageiro destrava a própria porta por meio de uma trava escondida junto à maçaneta da porta. Fazia muito tempo que não víamos nada tão anacrônico. É muito desagradável no dia a dia.

Situação parecida: você abre a porta do motorista com o motor ligado para ajudar uma outra pessoa a desembarcar, carregar alguma coisa, ou para ver se o carro ficou bem estacionado. O Kicks toca uma sineta irritante e insistente para avisar que o motor está ligado. SÉRIO MESMO QUE O MOTOR ESTÁ LIGADO? TÁ ACHANDO QUE ESSA PORRA É ELÉTRICA? Entendemos avisos para luzes acesas, mas motor ligado?

Mais um vacilo: só tem luz de cortesia na frente, no teto próximo ao retrovisor interno. Já seria um erro. Só que o estagiário percebeu e avisou o engenheiro-chefe. Esse cara não deve manjar nada de carro e mandou o estagiário se virar, que ele não ia mexer no projeto pois estava muito ocupado atualizando seu “Insta”. Aí o estag fez o que dava: trocou as lâmpadas por outras mais fortes. O resultado é que a luz interna do Kicks chega a incomodar quem está na frente, e a solução não resolveu a ausência de luz traseira dedicada. Se você precisar de iluminação atrás, para ajudar idosos, ficar com uma criança, procurar algo que caiu no assoalho, ou algo do gênero, vai precisar usar a lanterna do celular.
 

A foto acima foi retirada do site da Nissan Brasil. Nela, podemos ver a iluminação central que o carro DEVERIA ter e foi economizada por cretinice.
 
Ah, mas o engenheiro do “Insta” autorizou uma central multimídia top.

De fato é muito boa. Colorida, com um layout bonito e fácil de usar, sensibilidade ao toque no ponto certo, e tem Apple Car Play e Android Auto. Vem com um bom navegador, porém a melhor parte é usar o Waze na tela central do carro, algo muito útil nas cidades congestionadas. Também vem com rádio, Bluetooth, entrada USB e uma para mini cartão SD.

Porém, como a regra geral do carro é de boas ideias e execução nem tanto, em muitos pontos a central deixa a desejar. Primeiramente, como é comum nos carros japoneses, TODAS AS VEZES que você liga o som você precisa clicar em “aceitar” antes do sistema funcionar. Achamos engraçado que os carros de origem norte-americana, a terra do litígio judicial, não trazem isso. Depois, tem a demora para a central ligar; muitos donos de Kicks simplesmente não a desligam, e usam o desligamento automático que acontece quando você desliga o motor e abre a porta do motorista (isso não te livra do botão “aceitar”, porém). Deixar a central sempre ligada tem outra vantagem importante: a câmera de ré e a visão 360º aparecem instantaneamente ao posicionar a marcha em R. Se o sistema estiver  desligado, pode esperar uma demora de cinco segundos entre engatar a ré e as imagens aparecerem – em todos os outros carros que testamos as imagens da câmera de ré aparecem imediatamente ao se engatar a marcha. Se você quiser usar a câmera da frente do carro, como por exemplo ao estacionar de frente, é pior ainda, pois tem a demora adicional para o sistema entender o comando no botão “cam”.

E, para finalizar com chave de ouro, as notificações por som do Waze podem ser colocadas em mudo, mas não desligadas. Isso significa que você está de boa ouvindo sua música e, se for o momento de virar à direita, sua música vai parar, fica mudo, e depois a música retorna (sem pausar, ou seja, alguns segundos à frente)  quando o aviso do Waze tiver teminado. Experimente isso num trajeto cheio de mudanças de direção e o resultado é que você não conseguirá ouvir a música.
 

O espaço interno é um dos melhores atributos do carro, sendo equivalente ao do HR-V, que é referência na categoria. O Kicks leva quatro pessoas com conforto e cinco adultos com alguma dignidade, e mantém um porta-malas de bom volume, embora as caixas de roda sejam consideravelmente protuberantes. Tudo isso sem ser enorme por fora. Se espaço interno é um dos principais motivos pelos quais as pessoas optam por SUVs, nisso o Kicks está muito bem.

Quem já leu sobre o Kicks deve estar ansioso para ler a nossa avaliação sobre o desempenho, que foi unanimamente criticado. A nosso ver, o desempenho é limitado sim, porém acaba sendo muito menos irritante do que os itens que descrevemos acima.

Vamos lembrar que a Nissan sempre descreveu o Kicks como um SUV urbano, “desbravar a cidade” e coisas assim. E na cidade o carro é muito gostoso de guiar, com direção leve, comandos macios, câmbio CVT para máxima eficiência e desempenho suficiente. A altura do solo é excelente, e em nosso teste o carro não raspou nenhuma vez em nenhuma valeta – bem melhor que os Jeeps Renegade e Compass, que parecem Gol Quadrado Socado que entala até em tartaruga de estacionamento de shopping.

Na estrada o Kicks está fora de seu ambiente, e a Nissan não esconde isso. A falta de controlador de velocidade, inclusive, deve ter sido uma decisão decorrente desse foco no uso urbano. Em altas velocidades, o Kicks te obriga a prestar muita atenção no relevo da pista, acelerando antes de subidas, pois se não fizer a queda de velocidade é bastante pronunciada. Pode parecer bobagem, mas quem está acostumado com carros acima de 150 cv já não liga tanto para o relevo pois há potência suficiente para vencer as subidas sem muito alarde. Se for fazer uma retomada de velocidade acima de 80 km/h, ou ultrapassagem, o Kicks terá respostas lentas, graduais, e vão requerer planejamento do motorista.

Essa parcimônia de desempenho ao menos se reverte em economia de combustível, especialmente usando gasolina. Atingimos médias superiores a 18 km/l em estrada rodando ao redor de 100-110 km/h, bastante positivo. Com etanol o consumo é bem maior.

O 1.6 16v entrega 114 cv a 5.600 rpm, e 15,5 m.kgf de torque a 4.000 rpm. É um motor bastante suave, linear na entrega de potência, e com um ronco agradável – que mal se ouve pois o Kicks é bem isolado e silencioso. Um trabalho nesse mesmo motor para atingir níveis de potência dos motores 1.6 mais novos, como os 128 cv da Hyundai ou 130 cv da Ford, fariam muito bem.

O baixo peso de 1.142 kg torna o Kicks muito agradável, pois ele é leve na condução, ágil, não fica “se arrastando” como carros mais pesados. E é o principal atributo para o desempenho ser razoável e não estupidamente ruim como no Renegade, mesmo esse com 25 cv a mais.

O motor está acoplado a uma transmissão CVT, da qual a Nissan foi uma das pioneiras no Brasil e que por isso mesmo já deveria passar por atualizações. Desde o primeiro Fit, ficou claro que o CVT é o melhor tipo de câmbio para tentar dar vivacidade a carros com motores pequenos, e no Kicks não é diferente. Na condução tranquila, o CVT garante giros baixos e dificilmente supera 2 mil giros, o que assegura bons números de consumo. Já na demanda de potência o CVT rapidamente leva o motor à faixa de maior potência, extraindo todo o suco do valente 1.6. No caso do Kicks a programação impõe “trocas” com queda de cerca de mil giros quando o curso do acelerador está acima de 70%.

A calibração que a Honda obteve no seu CVT com conversor de torque em motores pequenos – Fit e City – é mais voltada a desempenho, com uma atuação mais presente do conversor que ajuda em arrancadas e retomadas. Preferimos assim, embora reconhecendo que é uma questão de gosto.

Há poucas possibilidades de interação, em linha com a vocação urbana do carro. o câmbio possui um botão Sport, escondido, que eleva os giros, e a posição L na alavanca para freio motor acentuado.

Junto ao design, a melhor característica do Kicks é a suspensão. No M4R somos grandes defensores da suspensão traseira multilink, porém sempre lembrando que em muitos casos a calibração é mais importante do que o sistema – vide o Civic G9 com multilink e calibração dura ao extremo.

O Kicks demonstra o que é possível fazer com eixo de torção (e o conjunto todo de molas, amortecedores, buchas, rodas etc) bem calibrado. A qualidade do rodar do Kicks põe muito carro mais caro no chinelo. É macio e firme na medida certa, filtrando irregularidades do piso muito bem, isolando os ocupantes do asfalto lamentável que temos em tantas cidades, e permite tomar curvas de forma razoavelmente esportiva, considerando ser um SUV. A transmissão inicial de impactos poderia melhorar, ser mais suave, mas é detalhe.

Com tudo considerado, o Kicks é um carro bonito, com acabamento adequado, gostoso de dirigir, espaçoso, econômico e muito bom de suspensão. As falhas mais gritantes são mesmo o desempenho na estrada, a ausência de equipamentos esperados na faixa de preço e principalmente a falta de execução melhor em algumas boas ideias, que no Kicks deixam a desejar, e que só aparecem num uso mais prolongado. Com um pouco mais de carinho e cuidado o carro seria bem mais agradável.

Se você faz questão de um SUV compacto, o Kicks é mesmo um dos melhores. Cada qual tem seus prós e contras, sendo que a nosso ver HR-V e Kicks oferecem o melhor conjunto da obra, sem as falhas gritantes como o espaço interno (EcoSport, Renegade, Tracker), estepe externo e tampa do porta-malas bizarra (EcoSport), desempenho (Renegade), acabamento (Captur).

Só que com 95 mil na mão, você estará muito mais bem servido com um dos hatches ou sedãs disponíveis nessa faixa de preço. Um Golf ou até mesmo um Polo é um milhão de vezes mais carro – melhor projeto, solidez, conforto, dirigibilidade – assim como um Focus, Civic (espaço interno superior a qualquer SUV compacto) ou Cruze. Não faz sentido comprar um SUV dessa categoria, pois eles não superam os hatches ou sedãs em nenhum item – nem mesmo sobrevivência ao asfalto mal conservado.

 

Estilo 10 – Muito bonito, diferenciado. Porém deve enjoar com o tempo.

Imagem – Hipster.

Acabamento 8 – O painel, com o enxerto em couro e plástico de bom toque, merecia nota maior. Mas as portas são simples demais.

Posição de dirigir 9 – Os ajustes são amplos e servem a diferentes tipos físicos.

Instrumentos 5 – Faltou execução na ideia do cluster digital, mas não dá pra falar que é ruim – as informações estão lá, só que escondidas.

Itens de conveniência 6 – Pelo preço, é pouco.

Espaço interno 10 – Excelente, especialmente pelo porte compacto.

Porta-malas 8 – Boa capacidade, 432 litros fáceis de aproveitar. As caixas de roda são muito protuberantes e atrapalham um pouco.

Motor 5 – Poderia render mais pelo deslocamento, tanto em potência quanto em economia. Está no estágio que não compromete, mas saiu da vanguarda.

Desempenho 4 – O CVT faz um bom trabalho para aliar desempenho e economia. Mas não tem milagre, na estrada falta motor mesmo.

Câmbio 5 – Gostaríamos de um conversor de torque mais atuante, para arrancadas mais vigorosas. Como está, é um câmbio bom, porém excessivamente calibrado para economia. Poderia ter simulação de marchas trocadas pelo motorista.

Freios 7 – O tambor atrás não ofende por ser um carro leve e de desempenho contido. A modulação do pedal é perfeita.

Suspensão 10 – Calibração de aplaudir de pé. O Kicks ignora o asfalto ruim, valetas, com uma solidez de dar gosto.

Estabilidade 7 – Surpreendente para um SUV.

Segurança passiva 9 – A versão de topo traz seis air bags, auxílio de frenagem, controle de tração desligável, num pacote adequado para a categoria.

Custo-benefício 8/2 – Duas notas. Entre os SUVs compactos, o Kicks é uma das melhores compras, pela combinação de espaço, equipamentos e dirigibilidade. A nota baixa vai para seu valor em relação ao mercado em geral, com concorrentes hatches ou sedãs com muito mais conteúdo e motorização por valor equivalente.

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