Existe carro ruim?
Claro que existe. Mas é importante ter
perspectiva.
Muitos dos mais velhos defendem que todo
carro atual é bom. Para dizer isso, eles estão pensando no passado, no qual a
diferença entre os carros era mesmo maior e a baixa com fiabilidade mecânica
levava muitos motoristas a ficarem no meio do caminho. Não foi à toa que o
Fusca, com sua robustez e simplicidade, foi o carro que motorizou o Brasil.
Então se a sua noção de carro ruim é a de
um que vai quebrar com sua família na estrada, aí não tem carro ruim mesmo.
Nenhum carro 0km vendido no Brasil hoje deveria te deixar nessas condições.
E por isso mesmo que é errado continuar
usando esse critério. Isso se chama “elevar a barra”. Quando os carros não
tinham confiabilidade, chegar sem sustos de A até B era uma grande vantagem
competitiva. Hoje, que todos fazem isso, a vantagem competitiva foi para outros
itens.
Por isso que hoje o que devemos avaliar é
prazer em dirigir, comportamento de suspensão, economia de combustível, espaço
interno, nível de equipamentos. Carros significativamente piores que a
concorrência nesses aspectos são piores, e este tipo de comparação é que a
imprensa especializada deve fazer.
O melhor exemplo que vem à mente é o Jetta
flex. É um carro ruim, ponto. É lerdo, é beberrão, é barulhento, o acabamento
não é nada disso e nem o design. Claro que tem pontos fortes, como o câmbio e o
espaço interno. Mas não dá pra justificar o preço sugerido, tem coisa melhor na
mesma faixa.
Essa combatividade é que vai ajudar na
melhoria dos nossos carros. Ah, a Volks está enrolando com esse motor 1.4T para
o Jetta? Elogiar o Jetta atual não vai ajudar!
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