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A
Ford acertou a mão no Ka. Já se vê mais Ka na rua do que Up por exemplo, e o
Volks foi lançado seis meses antes. Aind não dirigimos um, mas outro dia vimos um
1.0 acelerando e o ronco desse três cilindros parece bem interessante. É um
carro que já vem equipado por um preço razoável, e que ainda carrega a
modernidade de um projeto recente sem cobrar caro por isso, como o Up.
Isto,
combinado aos acordos que tem feito com as locadoras de automóveis – faça uma
visita a um estacionamento da Localiza e surpreenda-se com a quantidade de Ka e
Focus – pode mostrar alguma disposição da Ford em sair do atual quarto lugar em
vendas, quase alcançada pela Renault. Resta saber se aumentar a produção faz
sentido, se há capacidade ociosa nas plantas brasileiras e argentinas. E
recomendamos à Ford prestar mais atenção na qualidade da montagem da lataria e
interior dos seus carros, que alguns exemplares têm saído bem meia boca.
O
Ka também demonstrou que a estratégia comercial de atrair o consumidor para
comprar um carro com um preço inicial mais baixo, e depois obrigá-lo a pagar
extra por itens como ar-condicionado já não funciona com muita gente. Básico
por básico o Up é até mais barato que o Ka, mas basta equipar o Volks
minimamente para os preços se equivalerem – ou mesmo superar o Ford. É muito
frustrante para o consumidor chegar na concessionária achando que vai levar o
carro por R$ 30 mil e descobrir que pro carro ficar aceitável ele precisa
desembolsar mais 7 mil. O cliente prefere ir na Ford, na qual sabe que vai
desembolsar em torno de R$ 35 mil, e efetivamente gastar mais ou menos isso.
Agora,
quem é entusiasta de carros, curte mesmo dirigir, precisa reconhecer que a VW
oferece as melhores opções em termos de dirigibilidade, prazer no volante em
quase todos os segmentos. Com exceção dos carros equipados com o I-motion e o
Jetta flex, toda a linha é exemplar em comportamento e sorriso no motorista: Up,
Gol, Voyage, Fox, SpaceFox, Golf, Jetta TSI, e daí para os importados. Note que
isso não quer dizer que não existam carros bons de dirigir na concorrência
(vide Focus e Civic), mas só na Volkswagen encontra-se essa consistência em
toda a linha.
Para
a Fiat foi um ano de investimentos na fábrica em Permambuco e por isso mesmo
sem muitas revoluções na linha. Ponto alto foi o 500 Abarth, carrinho
apimentado cujo ronco habita os ouvidos dos apaixonados por carro. Só uma pena
que tenham ido com tanta sede ao pote: O DS3 com mecânica superior e pagando
bem mais imposto custa a mesma coisa. O 500 poderia custar R$ 60 mil que ainda
traria lucro pra Fiat.
A
GM está devendo carros desejáveis. A linha atual é muito arroz com feijão;
faltam aqueles modelos ou versões de babar na gravata – sem contar o Camaro,
claro.
2014
também foi o ano no qual foi concretizada a possibilidade de se ter um carro do
segmento premium. O trio alemão de luxo (Mercedes, BMW e Audi) era coisa de
sonho, de se tirar foto quando via um, e hoje com alguma renda e planejamento é
possível sair de casa com um desses. A Audi é especialmente agressiva e seus
planos de financiamento para a linha A3 são mesmo tentadores. No M4R torcemos
para que isso se espalhe e cada vez mais pessoas tenham acesso a essas
máquinas, que sejam algo mais comum nas ruas e que elevem a qualidade dos
carros brasileiros como um todo.
Mesmo
com crise econômica, 2015 será um ano interessante, com lançamentos importantes
– como Renegade e HR-V, mais motores turbo (VW e Ford já com as mangas de fora)
e continuidade da melhora geral da qualidade dos carros vendidos aqui.
É
uma pena que estejam sujeitos a tantos impostos, tantos buracos, tanto asfalto
ruim, tantos limites estúpidos de velocidade. Como no resto do Brasil, os
automóveis seguem sua luta, apesar do governo.
Boas
Festas e até 2015!
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