Tiroteio
Comentários sobre algumas novidades por aí.
Clio com face lift é bem melhor ao vivo do que em fotos, mas não há como negar que a frente não conversa com a traseira. Uma pena não recebermos o Clio novo a preço competitivo, mas, competindo com Mille, Ka e Gol G4, o “novo” Clio ainda é adequado.
O melhor do Clio, ao menos nas versões antigas, era a suspensão, digna de categoria superior, e o acabamento. A versão nova tem o console central desalinhado com o painel, muito estranho. Vale pelo preço, mas vale mais ainda espremer o orçamento e partir para um HB20, Onix ou Gol.
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Muitas reportagens se espantando com o preço da Trailblazer. Típico de jornalista pé-rapado. O preço está nivelado com o segmento e de acordo com a motorização do carro, porte e equipamentos (mas não acabamento, que é muito simples). Se todos os carros no Brasil são muito caros, aí é outra história.
Merece aplausos a decisão da GM de fazer o carro no Brasil. Aí gera comentários do tipo “o carro mais caro fabricado no Brasil”, o que só mostra a pobreza generalizada da imprensa automotiva. AINDA BEM que ao menos UMA montadora se digna de fazer carros dessa faixa de preço no Brasil; nossa indústria está virando um celeiro de compactos, enquanto os carros mais caros Jetta; Omega; Cruze; Fusion; Focus; Freemont) são feitos no México ou pior, na Argentina, país que tem uma greve a cada duas horas.
Trailblazer não tem nada a ver com a antiga. Tudo novo para uma SUV atualizada com o segmento. Briga dura com a Hilux e com a futura Ranger SUV. Pelo preço da versão a diesel dá pra comprar um Evoque, que é bem mais interessante. Não leva 7 e nem muita bagagem – mande a sogra e as malas de ônibus.
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Novo Renault Fluence GT veio fazer figuração, a própria Renault assume. Só que com 5 mil a mais dá pra levar um Jetta TSI, que anda mais e vem com o câmbio automatizado de dupla embreagem, 20 cv a mais e suspa multilink na traseira. Realmente o Fluence GT poderia custar menos, mas aí não faria sentido no resto da linha.
A Renault poderia parar com essa embromação e trazer carros como o Megane hatch e Twingo. Aí sim.
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Muitos comentários revoltados nas avaliações que lemos na web sobre o Fluence GT. Não contra o carro, mas ontra o alto preço generalizado dos carros no Brasil. Sujeito mal consegue se manter na Europa e vem gongar que o carro lá custa metade. O outro lava pratos nos Estados Unidos e vem alegar que lá um Mustang custa isso e aquilo.
Todo mundo adora falar o óbvio e vir pagar de gatinho. E resolver o problema? Engraçado que ninguém dá solução. Parar de comprar carros? Mudar de país? Escrever uma carta pra Dilma e manda-la pra aquele lugar? Solução ninguém dá. Apontar problemas é fácil, quero ver resolver.
O preço dos carros no Brasil vai cair naturalmente quando o mercado saturar. Tem muita gente a pé ou de moto por aí e tem muita gente que quer sair dos carros de entrada pros carros mais caros. Esse movimento perderá intensidade e aí os preços vão cair na mesma proporção. Quem viver verá. Só não dá pra dizer quando.
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