Mostra-me quem és


Adoro painéis. Eu acho uma pena que até os painéis dos carros mais luxuosos brasileiros venham apenas com os quatro indicadores básicos: velocímetro, conta-giros e marcadores de combustível e temperatura. E, quando o carro é mais simples, lá se vão o conta-giros e a temperatura. Convenhamos: dirigir com um velocímetro e um indicador de combustível é da época do Fusca, certo?

O conta-giros é um grande aliado para trocas de marcha mais eficientes, visando a economia ou o desempenho. Numa ultrapassagem, você sabe quanto de motor ainda tem de reserva e, numa estrada à velocidade constante, permite equalizar a melhor relação velocidade x rotação para economia.

O marcador de temperatura, nos carros atuais, raramente passa da metade. Nota-se uma preocupação dos fabricantes em passar “solidez” aos seus carros com ponteiros que, por mais que você esteja há horas num congestionamento sob um sol escaldante, não passam da metade. Não sei se isso é melhor do que um ponteiro mais sensível. Em qualquer caso, o ponteiro mostra grande utilidade quando o carro está frio, condição na qual devemos poupar giros ao motor com vista ao consumo de combustível, emissão de poluentes e à própria durabilidade, posto que forçar o carro com motor frio, e ainda não eficientemente lubrificado, é pedir para sofrer panes. Tanto é que a BMW M5 tem um limitador de rotações a 4 mil giros quando o motor estiver frio.

O painel acima é de um Tempra Stile. Se não me falha a memória, esse carro foi fabricado por uns 4 anos ou menos, no final da década de 90. E olhem que beleza de painel. Além dos básicos, tem marcador de pressão do óleo (alto, esq.), pressão do turbo (centro) e temperatura do óleo, (alto, dir.).

Manômetro de pressão do turbo é algo que todo carro com essa tecnologia deveria ter. É importante saber onde o rendimento da turbina é maior, ou menor, qual a reserva de potência que ela pode entregar, enfim.

O marcador de nível do óleo é, na minha opinião, o “reloginho” que deveria estar presente em todos os painéis. A situação é comum – você pára no posto, com o carro frio, conforme indica o manual, e pede ao frentista que verifique o óleo. Ele pega a varetinha, passa a esponja uma vez, e coloca de volta no reservatório. Repete a operação e, na terceira vez, te mostra a ponta da vareta que indica mínimo e máximo. E você lá, olhando, sme ver marca nenhuma. Ou então uma gotona de óleo enorme tampando tanto o mínimo quanto o máximo. E aí, a quantas anda? O olhar “experimentado” do frentista sempre manda trocar – já me mandaram trocar, ou ao menos completar, quando não fazia nem 2 mil km da última troca...

Palmas aqui para a Renault, que inclui um medidor do nível do óleo no hodômetro digital dos seus carros. Ao dar a partida num Clio, a primeira linha de números se transforma em quadrados, como se fosse um marcador do nível do óleo (tal qual os de combustível de Fiesta e Celta); a segunda linha avalia se está tudo bem e escreve “Oil ok”. Brilhante e dispensa um ponteiro extra.

Se meu próximo carro não for um Renault, e dificilmente será, e essa tecnologia não estiver presente em outros carros, é provável que eu instale uma coluna com dois relógios extras: um medidor de nível do óleo e um hallmeter, para estar sempre bem informado do rendimento do carro.

Em tempo: o hallmeter mede a qualidade da mistura ar-combustível admitida nos cilindros, através de uma seqüência de luzes: vermelho é pobre, amarelo é normal, verde é rica. O consumo e a potência do carro aumentam na mesma proporção. Não é um instrumento essencial, mas ajuda muito na hora de extrair o melhor desempenho, em especial de carros preparados.

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