Ford Mondeo Ghia 2.0 16v
Já que ninguém vai mesmo responder à pesquisa, eu conto como foi que eu guiei o atual topo de linha da Ford no Brasil. Estava eu em Campos do Jordão (SP), curtindo o inverno do início de julho com meus amigos, quando um almoço à base de frango vitimou vários estômagos, inclusive alguns antes tidos como infalíveis. Os magrinhos sofreram mais, mas vi muita gente de cama, mal do estômago. É o que eu digo: quem não aguenta, bebe leite. Como as aves assassinas não me fizeram nada – e eu comi cinco pedaços – fui para a cidade no dia seguinte com um dos “sobreviventes”.
Campos do Jordão no inverno fica tão cosmopolita quanto São Paulo. Não dorme, não pára e as ruas ficam apinhadas de gente. Só que Campos do Jordão não é São Paulo. É uma cidade da elite onde os menos favorecidos simplesmente se recolhem em suas moradas neste período que a “gente bonita” toma as ruas. É uma delícia vagar por uma cidadezinha pequena, num frio de rachar, repleta de pessoas de bem com a vida e, por um breve instante, despreocupar-se com a segurança. Pra quem é moleque, como eu, ainda existem dois bônus: a mulherada, já que Campos é a FAAP no inverno, e os estandes das montadoras.
É uma jogada de marketing das mais óbvias: se uma parcela importante da classe A vai estar reunida num mesmo local, por que não colocá-la em contato com os novos lançamentos? Lembro que o novo Toyota Corolla foi apresentado ao público mais ou menos nesta mesma época, e a montadora japonesa pendurou um bem no alto com um guindaste. Além de tudo, como Campos é pequena, num giro por três quadras você acaba passando por absolutamente todas as marcas. Algumas são só para olhar, como Land Rover e Audi (onde donos de Audis tinham lavagem grátis), mas a maioria tem carros para test drive. Olha a diversão...
Na VW, a desorganização do pessoal não permitiu que guiássemos um New Beetle. Os carros demoraram tanto para chegar da fábrica que só vieram na segunda semana, e nós já tínhamos ido embora. Na Citroën, iríamos dirigir a C5 perua (baleia branca), mas justamente naquele dia ela estava com um problema mecânico (não foi conversa do vendedor, os mecânicos estavam realmente mexendo no carro) então tovemos que nos contentar com a Picasso.
Campos do Jordão tem várias ruazinhas afastadas do centro que não têm movimento e permitem uma boa volta de carro. Nada como o quadrado ridículo dentro da Hípica que foi o EcoSport. Era um trecho grande que incuía avenidas para alguma velocidade e ruas estreitas para aderência.
Na Fiat, o pessoal mais gente fina. Se não me engano, haviam quatro carros para test drive: uma Marea Weekend 2.4 Automática (a que eu guiei), um Brava HGT e dois Doblòs, recém-lançados, um 1.3 16v e um 1.6 16v. O moleque que andou comigo na Marea contou que não havia caminhão cegonha disponível, então os promotores foram guiando os carros de São Paulo até Campos (com exceção da Marea, conduzida pelo dono da concessionária). Pois bem: ele, guiando o Brava, não teve coragem de acompanhar os malucos com os Doblòs na serra de Campos, tamanho o gás que eles vieram. E o 1.3 chegou na frente.
Finalmente, a Ford. Fizemos um teste inicial no Fiesta Supercharger e, quando voltamos, lá estavam: dois Mondeos, zerados, com os adesivos do test drive. Entramos na fila mas, como escolhemos o modelo manual, fomos direto guiá-lo.
Nada como dirigir um carro de R$ 140 mil, ainda por cima de projeto europeu recente. O motor 2.0 16v Duratec (o mesmo do EcoSport) não é um primor de potência num carro de 1,5t, mas tem torque e suavidade de funcionamento. O rodar é macio, estável e silencioso. O câmbio, justo e de engates precisos. O acabamento é padrão Mercedes. Sério.
Mas, assim como o Omega, o Mondeo sofre de um problema sério. Ele avança nas faixas de preço de Mercedes e BMWs. Aí fica sério. A questão é que eu acredito que o Mondeo peque menos em detalhes do que o Omega. É bem menos potente e isso pode tirar-lhe compradores, mas é páreo para os 150 cv do VW Passat 1.8 turbo, um campeão na preferência.
Bom, espero que esta história tenha inspirado algum de vocês a escrever nos comments qual foi o melhor carro que já guiou. Eu ia anexar aqui algumas fotos do Mondeo, mas acho que já ia ser demais.
Já que ninguém vai mesmo responder à pesquisa, eu conto como foi que eu guiei o atual topo de linha da Ford no Brasil. Estava eu em Campos do Jordão (SP), curtindo o inverno do início de julho com meus amigos, quando um almoço à base de frango vitimou vários estômagos, inclusive alguns antes tidos como infalíveis. Os magrinhos sofreram mais, mas vi muita gente de cama, mal do estômago. É o que eu digo: quem não aguenta, bebe leite. Como as aves assassinas não me fizeram nada – e eu comi cinco pedaços – fui para a cidade no dia seguinte com um dos “sobreviventes”.
Campos do Jordão no inverno fica tão cosmopolita quanto São Paulo. Não dorme, não pára e as ruas ficam apinhadas de gente. Só que Campos do Jordão não é São Paulo. É uma cidade da elite onde os menos favorecidos simplesmente se recolhem em suas moradas neste período que a “gente bonita” toma as ruas. É uma delícia vagar por uma cidadezinha pequena, num frio de rachar, repleta de pessoas de bem com a vida e, por um breve instante, despreocupar-se com a segurança. Pra quem é moleque, como eu, ainda existem dois bônus: a mulherada, já que Campos é a FAAP no inverno, e os estandes das montadoras.
É uma jogada de marketing das mais óbvias: se uma parcela importante da classe A vai estar reunida num mesmo local, por que não colocá-la em contato com os novos lançamentos? Lembro que o novo Toyota Corolla foi apresentado ao público mais ou menos nesta mesma época, e a montadora japonesa pendurou um bem no alto com um guindaste. Além de tudo, como Campos é pequena, num giro por três quadras você acaba passando por absolutamente todas as marcas. Algumas são só para olhar, como Land Rover e Audi (onde donos de Audis tinham lavagem grátis), mas a maioria tem carros para test drive. Olha a diversão...
Na VW, a desorganização do pessoal não permitiu que guiássemos um New Beetle. Os carros demoraram tanto para chegar da fábrica que só vieram na segunda semana, e nós já tínhamos ido embora. Na Citroën, iríamos dirigir a C5 perua (baleia branca), mas justamente naquele dia ela estava com um problema mecânico (não foi conversa do vendedor, os mecânicos estavam realmente mexendo no carro) então tovemos que nos contentar com a Picasso.
Campos do Jordão tem várias ruazinhas afastadas do centro que não têm movimento e permitem uma boa volta de carro. Nada como o quadrado ridículo dentro da Hípica que foi o EcoSport. Era um trecho grande que incuía avenidas para alguma velocidade e ruas estreitas para aderência.
Na Fiat, o pessoal mais gente fina. Se não me engano, haviam quatro carros para test drive: uma Marea Weekend 2.4 Automática (a que eu guiei), um Brava HGT e dois Doblòs, recém-lançados, um 1.3 16v e um 1.6 16v. O moleque que andou comigo na Marea contou que não havia caminhão cegonha disponível, então os promotores foram guiando os carros de São Paulo até Campos (com exceção da Marea, conduzida pelo dono da concessionária). Pois bem: ele, guiando o Brava, não teve coragem de acompanhar os malucos com os Doblòs na serra de Campos, tamanho o gás que eles vieram. E o 1.3 chegou na frente.
Finalmente, a Ford. Fizemos um teste inicial no Fiesta Supercharger e, quando voltamos, lá estavam: dois Mondeos, zerados, com os adesivos do test drive. Entramos na fila mas, como escolhemos o modelo manual, fomos direto guiá-lo.
Nada como dirigir um carro de R$ 140 mil, ainda por cima de projeto europeu recente. O motor 2.0 16v Duratec (o mesmo do EcoSport) não é um primor de potência num carro de 1,5t, mas tem torque e suavidade de funcionamento. O rodar é macio, estável e silencioso. O câmbio, justo e de engates precisos. O acabamento é padrão Mercedes. Sério.
Mas, assim como o Omega, o Mondeo sofre de um problema sério. Ele avança nas faixas de preço de Mercedes e BMWs. Aí fica sério. A questão é que eu acredito que o Mondeo peque menos em detalhes do que o Omega. É bem menos potente e isso pode tirar-lhe compradores, mas é páreo para os 150 cv do VW Passat 1.8 turbo, um campeão na preferência.
Bom, espero que esta história tenha inspirado algum de vocês a escrever nos comments qual foi o melhor carro que já guiou. Eu ia anexar aqui algumas fotos do Mondeo, mas acho que já ia ser demais.
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