Pequenas diferenças filosóficas
Jornalistas automotivos costumam não se ater a esses detalhes, pois ficam pouco tempo com os carros em teste e isso não chega a ser ressaltado. Nosso modelo de testes em alguns carros é outro, o que permite notar pequenas diferenças no uso de cada carro, que não tornam um necessariamente melhor que o outro, mas que podem agradar mais ou menos o motorista.
Uma diferença
que salta aos olhos é se a fabricante concentra todos os comandos ou a grande
maioria deles na central multimidia ou se coloca botões redundantes na cabine
para acionamento direto daquela função. O exemplo que vem à cabeça
primeiramente é do ar-condicionado e do sistema de som, mas não só isso. A
Toyota, por exemplo, permite que o motorista habilite o farol alto automático
por meio de um botão no painel. Outro botão na porta habilita o rebatimento dos
retrovisores externos, que pode ficar desligado, automático (funciona quando o
carro é trancado) ou ligado, que rebate os espelhos imediatamente. Na Jeep,
ambas funções requerem um demorado rolê na central multimídia.
Já a Toyota
erra em eliminar a função de desligamento dos faróis dos seus carros. Sim, só
tem a opção de automático, lanterna (farolete) e faróis acesos. O que irrita
pois na função automática o carro se perde quando passamos sob seguidos
viadutos, fica acendendo e apagando, ou então em horários do amanhecer e do
anoitecer que ele não sabe se acende ou não. Preferimos a opção de manter
desligado e acionar no auto.
Outro detalhe:
quando que a iluminação interna do carro acende? Quando o veículo é desligado
ou somente quando se abre as portas? Gostamos mais da primeira opção; a
iluminação ajuda a procurar as coisas na cabine antes de abrir o veículo.
Claro, é possível acender a iluminação pelo botão no teto, porém a chance dela
ser esquecida acesa é muito alta.
E o travamento
das portas? Não gostamos da opção padrão de algumas fabricantes de travar
somente a 15 ou 20 km/h. Essas velocidades são muito elevadas e num lugar de
trânsito caótico pode levar algum tempo até essas velocidades serem atingidas,
acredite se quiser. Um modelo de travamento e destravamento vinculado à
velocidade e também à alavanca de câmbio, travando quando se coloca marcha em
D, R ou 1ª, é bem mais efetivo pois garante portas travadas em qualquer
deslocamento.
Carros
japoneses têm o hábito de, ao se bloquear o acionamento dos vidros traseiros,
bloquear também o do passageiro do banco dianteiro, o que não faz sentido.
Outra opção é sobre deixar o rádio, ou a multimídia, ligados. Desliga quando
desliga o motor? Ou quando abre a porta?
Os próprios
modelos em si são confusos com relação a alguns comandos. O start-stop, por
exemplo, é ativado toda vez que o carro é ligado – sem dúvida uma
obrigatoriedade imposta pela legislação para que os carros possam ser
considerados mais econômicos e menos poluentes do ponto de vista regulatório.
Mas outros itens, como o sensor de estacionamento, se desligados, permanecem
assim até serem ligados novamente, independente da ignição.
Por fim, um
incômodo geral a vários carros: so encostos de cabeça dianteiros que se
projetam para frente. Entendemos o foco em segurança e que os pentelhos do LatiNCap
dão nota pra isso, mas puta merda que coisa incômoda, te obriga a dirigir em
posição de sentinela, não pode relaxar o pescoço um pouquinho que aquela porcaria
já te incomoda na nuca.
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