Esse aqui é um trecho do livro que eu vou escrever sobre rachas... Me aguardem!
O galpão era uma estrutura metálica que lembrava um hangar de um pequeno aeroporto. Era de metal corrugado nas paredes e tinha um teto de plástico, que altervana fileiras transparentes que deixavam entrar a luz do dia e fileiras opacas. Era noite alta; lâmpadas brancas iluminavam apenas a metade anterior no galpão, na qual estávamos. Pilhas de caixas e a própria escuridão impediam que se enxergasse mais adiante. No lado iluminado, manchas de graxa e caixas de peças levavam a crer que aquilo era uma oficina. No entanto, não era possível ver nenhuma ferramenta ou equipamento.
Do lado esquerdo de Thomas estava um rapaz ligeiramente gordo, de pele bronzeada e um bigode bem cuidado. Os cabelos eram cuidadosamente penteados para trás com gomalina, e de seu pescoço pendiam duas correntes douradas. Vestia uma camisa larga, preta com flores brancas, uma calça jeans surrada e um par de tênis igualmente desgastados. Mascava um chiclete e parecia um tanto nervoso. De vez em quando levava a mão aos cabelos para alisá-los, causando um tilintar das correntes no seu pulso.
À direita de Tom estava um outro rapaz, bem magro, oriental, com os cabelos curtos cortados bem rentes na nuca, mas deixando sobras em cima. Vestia uma camiseta branca, toda lisa, uma calça jeans preta e um par de tênis que destoava do conjunto, por ser novo e moderno demais. Olhava interessado o hangar, mas não demonstrava nervosismo. Atrás de nós três, o motorista que me conduziu e mais dois homens – provavelmente os motoristas dos outros caras ao meu lado – aguardavam em pé, de braços cruzados.
Passaram-se alguns minutos bem longos até que os três ouviram um barulho de um motor ligando. Soava bem próximo, mas o barulho não era excessivamente alto – estava em marcha-lenta. De repente, dos urrois ensurdecedores - alguém levou o motor até uma faixa de giro mais alta duas vezes, deixando inclusive que ouvissem o espirro do turbo – evidentemente, não original.
Instintivamente, Thomas para o oriental, que olhou de volta e disse: não é um Skyline nem um Supra. O ronco está muito grosso. Imediatamente, Thomas viu que não estava entre duas pessoas quaisquer: eram fanáticos como ele, e talvez estivessem ali em alguma disputa. Nisso, o rapaz de bigode comentou, com um sotaque carregado de espanhol: não são oito cilindros, também. Poucos são turbinados, e quando são espirram diferente. Tom não ficaria queito. Este barulho está muito estranho, pode ser...
Nisso foi interrompido por uma aceleração brutal, que levou todos no hangar a instintivamente taparem os ouvidos com as mãos. Vindo da parte escura do galpão, um carro verde com duas faixas azuis longitudinais no capô parou á distância, de forma que só podiam ver o bico. As lanternas estavam acesas. A porta do motorista se abriu e desceu um senhor de aparentemente uns 50 anos, vestindo um macacão azul escuro com um R branco bordado na altura do peito, do lado direito. O macacão estava ligeiramente sujo de graxa e condizia com os sapatos pretos igualmente sujos. O senhor já não tinha os cabelos na parte de cima da cabeça, o que compensava usando uma boina de lã xadrez, totalmente inadequada à temperatura e à vestimenta. Na frente do nariz longo e afilado, um óculos quadrado parecia querer cair. O senhor andou cuidadosamente até a frente do carro e parou. “Eu esperava mais de vocês. Mas pelo menos estavam indo na direção certa, como podem ver.”
O galpão era uma estrutura metálica que lembrava um hangar de um pequeno aeroporto. Era de metal corrugado nas paredes e tinha um teto de plástico, que altervana fileiras transparentes que deixavam entrar a luz do dia e fileiras opacas. Era noite alta; lâmpadas brancas iluminavam apenas a metade anterior no galpão, na qual estávamos. Pilhas de caixas e a própria escuridão impediam que se enxergasse mais adiante. No lado iluminado, manchas de graxa e caixas de peças levavam a crer que aquilo era uma oficina. No entanto, não era possível ver nenhuma ferramenta ou equipamento.
Do lado esquerdo de Thomas estava um rapaz ligeiramente gordo, de pele bronzeada e um bigode bem cuidado. Os cabelos eram cuidadosamente penteados para trás com gomalina, e de seu pescoço pendiam duas correntes douradas. Vestia uma camisa larga, preta com flores brancas, uma calça jeans surrada e um par de tênis igualmente desgastados. Mascava um chiclete e parecia um tanto nervoso. De vez em quando levava a mão aos cabelos para alisá-los, causando um tilintar das correntes no seu pulso.
À direita de Tom estava um outro rapaz, bem magro, oriental, com os cabelos curtos cortados bem rentes na nuca, mas deixando sobras em cima. Vestia uma camiseta branca, toda lisa, uma calça jeans preta e um par de tênis que destoava do conjunto, por ser novo e moderno demais. Olhava interessado o hangar, mas não demonstrava nervosismo. Atrás de nós três, o motorista que me conduziu e mais dois homens – provavelmente os motoristas dos outros caras ao meu lado – aguardavam em pé, de braços cruzados.
Passaram-se alguns minutos bem longos até que os três ouviram um barulho de um motor ligando. Soava bem próximo, mas o barulho não era excessivamente alto – estava em marcha-lenta. De repente, dos urrois ensurdecedores - alguém levou o motor até uma faixa de giro mais alta duas vezes, deixando inclusive que ouvissem o espirro do turbo – evidentemente, não original.
Instintivamente, Thomas para o oriental, que olhou de volta e disse: não é um Skyline nem um Supra. O ronco está muito grosso. Imediatamente, Thomas viu que não estava entre duas pessoas quaisquer: eram fanáticos como ele, e talvez estivessem ali em alguma disputa. Nisso, o rapaz de bigode comentou, com um sotaque carregado de espanhol: não são oito cilindros, também. Poucos são turbinados, e quando são espirram diferente. Tom não ficaria queito. Este barulho está muito estranho, pode ser...
Nisso foi interrompido por uma aceleração brutal, que levou todos no hangar a instintivamente taparem os ouvidos com as mãos. Vindo da parte escura do galpão, um carro verde com duas faixas azuis longitudinais no capô parou á distância, de forma que só podiam ver o bico. As lanternas estavam acesas. A porta do motorista se abriu e desceu um senhor de aparentemente uns 50 anos, vestindo um macacão azul escuro com um R branco bordado na altura do peito, do lado direito. O macacão estava ligeiramente sujo de graxa e condizia com os sapatos pretos igualmente sujos. O senhor já não tinha os cabelos na parte de cima da cabeça, o que compensava usando uma boina de lã xadrez, totalmente inadequada à temperatura e à vestimenta. Na frente do nariz longo e afilado, um óculos quadrado parecia querer cair. O senhor andou cuidadosamente até a frente do carro e parou. “Eu esperava mais de vocês. Mas pelo menos estavam indo na direção certa, como podem ver.”
Comentários