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Mostrando postagens de janeiro, 2007

O carro realmente assassino

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Hoje uma Kombi pegou fogo na Av. 23 de Maio, a mais importante ligação Norte-Sul da maior cidade do hemisfério sul. A Companhia de Engenharia de Tráfego prudentemente bloqueou o trânsito num dos sentidos até que os bombeiros apagassem o fogo e retirassem a carcaça do veículo da pista. Na meia hora em que a avenida esteve bloqueada, o congestionamento formado foi absolutamente monstruoso e afetou diversas avenidas da cidade. Volto ao ponto . A produção da Kombi com motor a ar foi um ato absolutamente criminoso da Volkswagen, que deveria ser processada e culpada pelo acontecido deste dia. E não adianta a montadora vir com o mesmo lenga lenga de sempre, que a manutenção não foi bem feita, que isso ou que aquilo outro. Ela deveria se envergonhar de ter mantido um carro praticamente inalterado por mais de 50 anos, pondo em risco a vida de seus motoristas e poluindo loucamente o ar da cidade, além do carro ser um devorador de combustível (Kombis a ar não fazem mais do que 7 km/l na cidade, c

Spy vs. Spy

Acabei de ver que o câmbio automático de seis marchas do Ford Edge, o novo crossover da Ford nos EUA, foi desenvolvido em conjunto com a... Mazda? Jaguar? Aston Martin? Ok, fora do grupo Ford: BMW? Porsche? Ferrari? Não. Nenhuma delas. Você não acreditaria se eu dissesse, e eu direi: General Motors. Pois é. Na década de 60, era comum que as três grandes americanas tivessem mais de cinco plataformas de motores V8 diferentes, praticamente sem intercambiação. Ok, não precisamos chegar neste nível, mas desenvolver um câmbio com a General Motors? Será que as americanas estão como se faz nos filmes de Hollywood, onde rivais se unem em torno de um mesmo mal, neste caso a perda de market share? Para quem valoriza a diversidade automobilística, como eu, esse intercâmbio joga areia na festa. Já temos vários exemplos; os interiores dos Peugeots e dos Citroëns médios já estão parecidos demais; é fácil identificar partes Mercedes nos Chryslers novos; e VW e Audi têm uma longa trajetória de comparti

Wrap-up 2006

Fechados os números, 2006 só ficou atrás do mítico 1997 em termos de vendas de carros no mercado interno, e ainda assim por uma diferença mínima, menos de 3 mil veículos. A produção total segue batendo recordes, com o Brasil se tornando um pólo exportador, com excelência numa plataforma que fala aos países com o maior potencial de crescimento: carros pequenos, baratos e robustos. Meu lado “brasileiro” gosta de ver este crescimento. Mais empregos, mais divisas, mais prosperidade. Já meu lado “usuário”, não. Mais carros significam mais poluição, mais trânsito, significam o endosso a estratégias de produto que visam nitidamente a felicidade da montadora e não do consumidor (Gol G4, Vectra novo). Com exceção do último item, no entanto, argumentos derrubam claramente os contras do lado “usuário”. Se o trânsito é culpa do excesso de veículos, como os Departamentos de Trânsito gostam de apregoar, a culpa deste excesso é do governo e sua incapacidade de investir em metrô e outras formas de tra