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Mostrando postagens de 2023

Golf com interior de Mercedes

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Esses dias ouvimos uma anedota da indústria que pode ser mentira, mas preferimos acreditar que é verdade.   Chegou aos ouvidos da Volkswagen na Alemanha, comandada pelo CEO Ferdinand Piëch, que a Mercedes-Benz iria lançar um carro compacto que concorreria em preço (não em porte, pois seria menor, com o Golf), isso no final da década de 90. O Mercedes, como sabemos, era o Classe A W168 que chegou a ser produzido no Brasil, em Juiz de Fora.   Piëch e a liderança da VW se puseram em polvorosa. Era quase como se houvesse um acordo entre cavalheiros teutônicos, a Mercedes não invade a praia da VW e vice-versa. Isso poderia derrubar as vendas da VW e seu principal produto, o Golf, especialmente considerando que na Europa um carro mais compacto tem muitos atrativos naquelas ruelas medievais.   Pois Piëch resolveu responder à altura e brigar no campo da Mercedes. Não lançando um carro para concorrer naquele segmento (a VW já tinha a Audi e o Phaeton viria depois), mas dotando o Gol

Teste: Kia Stonic 1.0T Hybrid

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  O primeiro híbrido testado pelo M4R. Sim, preferíamos estar testando um Mustang Mach 1, mas como prezamos pela nossa independência a gente se vira com o que dá. E lembrando que todo carro é legal. A Kia chegou a ameaçar uma presença mais significativa no Brasil com o Cerato e o Sportage em algum momento, porém a dependência das importações e as maluquices econômicas brasileiras a relegaram a uma nota de rodapé há algum tempo – enquanto a irmã Hyundai só cresce, taí um bom estudo, avaliar a estratégia da Hyundai com a CAOA e da Kia com o Pandini. Falando em Pandini, um parênteses: este blog agradece o patrocínio ao EBAA, encontro brasileiro de autos antigos que ocorreu em junho de 2023 em Águas de Lindoia-SP. Este patrocínio ajuda na viabilização do evento, ainda que cause distorções: num ano em que Maverick, Polara, Brasília e Chevette comemoram 50 anos desde o início de sua produção, e o ícone Corvette completa 70, a marca homenageada do evento foi a Cadillac, que embora sem

Seu sonho nunca foi uma geladeira nova

  John Wick é uma das grandes franquias do cinema atual, e os carros que ele dirige são todos muscle cars americanos. Seguindo com o Keanu Reeves, em Matrix ele desfilou com um Lincoln Continental 1964, o mesmo carro que aparece com garbo na abertura da série Entourage. E quantos outros personagens não recorrem a carros antigos que expressam sua personalidade e são muito mais bonitos, elegantes e únicos do que os carros atuais?   Esses dias mesmo o Otávio Mesquita, que chegou a correr em categorias turismo, desfilou com um Galaxie 1970 da família. E muita gente endinheirada tem recorrido aos antigos como fuga da mesmice dos carros atuais.   Claramente a indústria automotiva perdeu a sua conexão com a cultura dos nossos tempos. Esses carros de design bizarro, eletrificados, massificados, só ganham as telas quando o marketing investe pesado e obriga os filmes e obras culturais a utilizarem os veículos modernos (como foi com o Matrix 2 naquela cena da autoestrada). Se o artista é

Comparativo: SUV ou sedã?

Jeep Compass Longitude T270 x Toyota Corolla Altis 2.0 Dois pesos-pesados em termos de venda. O Compass que por muito tempo figurou entre os 10 carros mais vendidos do Brasil, apesar de seu preço elevado, e o Corolla que dominou o segmento de sedãs de tal forma que fez a Honda desistir do Civic no Brasil (vergonhoso).   Mas a comparação aqui não é somente os carros em si, mas a escolha SUV x sedã, e achamos que faz sentido usar estes campeões de venda e concorrentes em preço como exemplo.   Design: é muito subjetivo e varia enormemente de pessoa para pessoa. Mais do que SUVs e sedãs, existem carros bonitos e carros feios. Neste caso ambos são do primeiro grupo: o Compass com um desenho muito feliz que remete aos SUVs maiores da marca como o Cherokee, a famosa grade com 7 divisões, a exuberante linha cromada em cima das portas e uma traseira um tanto sem sal mas que combina com o conjunto. O Corolla é também de execução primorosa, e também lembrando um modelo maior da mesma ma

Teste: Jeep Compass Longitude T270

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Quem trabalha em empresa multinacional vai entender o que vamos falar agora. Na maioria dos casos, o Brasil é um país secundário na estratégia da empresa. As grandes vendas estão nos EUA, na China, na Europa. Além de um mercado menor, o Brasil tem uma moeda desvalorizada com relação ao dólar e ao euro, então por mais que a filial brasileira arrebente a boca do balão em vendas em reais (afinal faz negócios no Brasil), o resultado final é dividido por 5 ou por 6 para se chegar na conta em dólares ou euros que é o que importa para a matriz. Países com moedas fortes levam vantagem nesse sentido.   O Brasil é o lugar onde a Fiat mais vende carro. É quase o dobro da Itália e da Turquia, os países mais próximos. Ao contrário do que falamos acima, o Brasil é um país importante para a Fiat.   Mas nunca foi para a Ford. O que a Ford brasileira faturava de lucro em um ano, quando tinha, era nada se comparado aos rendimentos da Europa e principalmente EUA. Então a Ford Brasil sempre foi

Carro popular do governo

Tem muita bobagem sendo falada e escrita a respeito do novo carro popular como quer o governo.   A primeira é a especulação sobre quais equipamentos seriam retirados ou simplificados dos carros atuais para baixar seu preço. Essa conversa é absolutamente inútil. Um carro vendido a R$ 70 mil hoje não chegaria a reduzir R$ 10 mil no preço se fossem removidos itens como direção elétrica, ar-condicionado, conjunto elétrico e quetais. Lembrando que airbags e ABS são obrigatórios por lei. E não faça as contas pensando no valor que esses equipamentos têm para nós, pobres mortais, quando vamos adquiri-los como opcionais por exemplo. O custo para a fabricante é bem menor e é isso que ela quer com a redução.   A segunda é que os fabricantes não estão aqui para perder dinheiro ou fazer caridade. Se as regras do novo carro popular forem muito draconianas, elas simplesmente não entram no jogo. Obriga-se o carro a ter um teto de preço por lei e a fabricante simplesmente pula fora do barco se

Teste: Chevrolet Onix Plus LTZ 1.0 Turbo

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  Logo que começamos a ver a família Onix nas ruas, nos chamou atenção o porte avantajado para um carro de entrada. Parecia pouco com os modelos substituídos, Celta e Prisma, e sim praticamente uma nova família de carros médios. Correndo o risco de sermos apedrejados, é o “novo Vectra”. E as dimensões oficiais corroboram essa versão, são quase que exatamente do mesmo tamanho:     Vectra CD (2001) Onix Plus (2023) Comprimento (m) 4,477 4,474 Altura (m) 1,415 1,473 Largura (m) 1,7 1,730 Enhtre-eixos (m) 2,64 2,60   A Chevrolet foi muito feliz em lançar carros do segmento “de entrada” com essas dimensões, que são capazes de substituir um hatch ou sedã médio sem dificuldades ao considerarmos as dimensões para passageiros e carga.   Essa afirmação faz ainda mais sentido se considerarmos a segunda coisa que mais nos impactou