Seu sonho nunca foi uma geladeira nova

 John Wick é uma das grandes franquias do cinema atual, e os carros que ele dirige são todos muscle cars americanos. Seguindo com o Keanu Reeves, em Matrix ele desfilou com um Lincoln Continental 1964, o mesmo carro que aparece com garbo na abertura da série Entourage. E quantos outros personagens não recorrem a carros antigos que expressam sua personalidade e são muito mais bonitos, elegantes e únicos do que os carros atuais?

 

Esses dias mesmo o Otávio Mesquita, que chegou a correr em categorias turismo, desfilou com um Galaxie 1970 da família. E muita gente endinheirada tem recorrido aos antigos como fuga da mesmice dos carros atuais.

 

Claramente a indústria automotiva perdeu a sua conexão com a cultura dos nossos tempos. Esses carros de design bizarro, eletrificados, massificados, só ganham as telas quando o marketing investe pesado e obriga os filmes e obras culturais a utilizarem os veículos modernos (como foi com o Matrix 2 naquela cena da autoestrada). Se o artista é livre para se expressar e se carros serão parte relevante da empreitada, dá-lhe carros antigos.

 

É um cenário que só contribui para o desimteresse das novas gerações pelo automóvel. Esse foco exacerbado no trimestre, em o que vende hoje, em agradar o consumidor chinês pois é quem está comprando (embora os indicadores recentes mostrem uma bela freada de arrumação na economia chinesa), vai aos poucos relegando a indústria automotiva a uma fabricante de eletrodomésticos, itens que eram sonhos de pessoas relegados a cumpridores de tarefas.

Comentários

Alessandro disse…
Tavinho Mesquita. Eu me divertia com esse cara. Quando ele corria na Formula Uno, obviamente na categoria B (porque a A era só para os "cobras"), proporcionou momentos inesquecíveis. Uma vez, na entrada do S do Senna, em Interlagos, ele (com uma camera dentro do carro, obviamente) comentou: "Tá vendo aquele cara ali? Ele me tirou da pista na corrida passada, olha só, olha só" e dito isso deu um totó no carro do cidadão, que rodou e foi parar na grama, coincidindo com o Mesquita vocalizando "Tantantan, tantantan..." (a melodia de vitória do Senna). Deve ter em algum canto da internet isso.

A diferença entre as categorias era gritante. Na A, os carros andavam a poucos metros um do outro, lembrando um trenzinho de montanha russa. Na B, era gente rodopiando na reta, errando frenagem, cortando a grama, fechando os outros. Na real, era muito mais divertida de assistir.

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