Honda Civic LXL manual

Civic manual? Pois é. O automático é muito lugar comum. A melhor expressão para o Civic hoje em dia seria: “coitado”. Ele tava indo bem, mostrou qualidades, e de repente foi atropelado por um carro maior, mais bem acabado, mais potente e mais gostoso de dirigir.

Mas o Civic ficou ruim? Não. O carro é bem espaçoso, grande atrás e o recurso do assoalho plano é bacana, embora não faça muita diferença. Os bancos são confortáveis e a posição de dirigir agrada. O carro é macio e tem comandos leves. O câmbio é primoroso, leve e preciso nos engates, ficando o único senão para a alavanca grande demais.

O Civic peca em algumas bizarrices. O paniel com aquele contorno azul nos mostradores é estranho. Os comandos do ar e ventilação também. Agora, nem a versão EX, do alto dos seus quase 70 mil reais de preço, tem freios a disco nas rodas traseiras? Pára tudo. Ok, o carro freia bem, mas tambor é coisa de Celta.

O VTEC de 130 cavalos deve ser econômico, e se for, essa é sua qualidade. “There’s no substitute for cubic inches”, e isso se faz notar em um 1.7 anêmico nas baixas rotações. Imagino o automático. Acima de 4 mil griso o Civic toma gosto pela coisa e embala bem, ajudado por um motor suave e silencioso. Mas falta pujança na condução diária.

O que a Honda excede em engenharia de motor, e excedeu também na construção do Fit, parece ter pecado na construção do Civic. Sedãs precisam ter dobradiças pantográficas e ponto final; alça fixa de metal para a tampa do porta-malas só admito em Santana.

Com esses defeitos, o Civic vira um carro comum. Não tem status, não tem sal, não tem conforto. Vai bem em todos os quesitos, mas falta algo picante que o Corolla entrega no maior porte e design mais ousado (sedã picante mesmo, nacional, só o Focus e talvez, daqui a algum tempo, novo Vectra).

Estilo 7. Não é feio mesmo, e as formas são atuais. A frente vai muito bem.
Acabamento 5 Não condiz com o preço. O carro é bem-construído, mas os plásticos são de baixa qualidade.
Posição de dirigir 8 É boa e fácil de ser encontrada. O banco ajuda.
Instrumentos 6 Painel com os quatro instrumentos básicos; totalmente dispensável são a faixa azul e a pouca criatividade.
Itens de conveniência 8 A versão LXL já vem com um som bacana e o que se espera de um carro do porte. Fazem falta vidro um toque além do motorista e computador de bordo.
Espaço interno 9 Vai bem, e atrás impressiona. A ausência de túnel central conta pontos.
Porta-malas 8 As dobradiças entram, mas é espaçoso.
Motor 7 Falta torque em baixa e isso fica visível. Lá em cima, responde. Parabpens pela suavidade de funcionamento e silêncio.
Desempenho 6 Sua mulher e seus filhos estão no carro, então pega leve.
Câmbio 9 Excelente. Comandos precisos, justo e fácil de operar. Só a alavanca que parece de busão.
Freios 6 Tambor atrás chega até certo ponto. O carro não freia mal, mas o conceito me incomoda.
Suspensão 8 Melhor que a do Corolla. Absorve bem as irregularidades e demora até parecer molenga.
Estabilidade 8 Vai bem para um sedã.
Segurança passiva 8 The whole nine yards.
Custo-benefício 6 Seria 8, se não tivesse o Corolla na mesma faixa. Pelo acabamento e pelo motor, devia custar menos.