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F1 e pensamentos

  Alguns pensamentos aleatórios sobre Fórmula 1 agora que passou o GP do Brasil.   - A diferença entre a pilotagem do Max e a do Lando é a mesma entre um diretor e um analista numa empresa. O analista pode falar que ele faz tudo que o diretor faz, e pode até estar certo, mas o diretor tem o cabelo branco (ou falta de cabelo) que faz a diferença quando importa. Por isso que ele é diretor, por isso que o Max é tetra campeão mundial.   - Sendo jornalistas, não dá pra entender essa babação de ovo pela Mariana. O que ela faz é o que se espera de um bom repórter que tem décadas cobrindo o mesmo assunto. O repórter é pago para obter fontes, ganhar a confiança das pessoas, conseguir informações, filtrar o joio do trigo, as mentiras das verdades, e repassar para a audiência de forma que esta entenda. É exatamente isso que ela faz. Não tem nada de brilhantismo, muito menos furo de reportagem ainda mais num ambiente com mídia controlada e dezenas de assessores de imprensa co...

Teste: Chevrolet Cruze LT 1.4 turbo

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  O fim da linha Cruze na GMB é mais um prego no caixão da morte dos sedãs médios. A predileção do consumidor brasileiro por SUVs, e o fato da Toyota ter lançado um Corolla espetacular em termos de design, equipamentos, tecnologia e motorização, significaram que o segmento fechou para os outros fabricantes. VW e Honda mantiveram versões caras e de nicho de Jetta (GLI) e Civic (híbrido). Com o respeito devido à GMB que manteve o Cruze em linha enquanto pôde, é uma pena ver o final de uma linhagem de sedãs marcantes como Monza e Vectra, ainda que o Cruze tivesse muito pouco a ver com estes. Com certeza o declínio nas vendas não tem a ver com a qualidade do produto. O Cruze, mesmo nesta versão de entrada LT, é um carro agradável, sólido e bem construído. O design, embora atual, é bastante genérico, o que sem dúvida não contribuiu para que o carro tivesse um maior reconhecimento por parte de seus compradores. O design interno conversa com a linha atual da GM, porém com qualidade ...

Pequenas diferenças filosóficas

Jornalistas automotivos costumam não se ater a esses detalhes, pois ficam pouco tempo com os carros em teste e isso não chega a ser ressaltado. Nosso modelo de testes em alguns carros é outro, o que permite notar pequenas diferenças no uso de cada carro, que não tornam um necessariamente melhor que o outro, mas que podem agradar mais ou menos o motorista.   Uma diferença que salta aos olhos é se a fabricante concentra todos os comandos ou a grande maioria deles na central multimidia ou se coloca botões redundantes na cabine para acionamento direto daquela função. O exemplo que vem à cabeça primeiramente é do ar-condicionado e do sistema de som, mas não só isso. A Toyota, por exemplo, permite que o motorista habilite o farol alto automático por meio de um botão no painel. Outro botão na porta habilita o rebatimento dos retrovisores externos, que pode ficar desligado, automático (funciona quando o carro é trancado) ou ligado, que rebate os espelhos imediatamente. Na Jeep, ambas f...

ERRAMOS: Teste Jeep Commander

  Temos que fazer duas correções no teste da Commander que publicamos recentemente.   Uma é sobre o painel digital. Ele é mesmo de alta definição. O problema é que a fonte e as cores que a Jeep escolheu são péssimas e fazem com que pareça meio embaçado, pouco definido, especialmente o celocímetro e conta-giros que têm um fundo cinza azulado que não contrasta direito com os números, péssima escolha.   A outra é sobre o desempenho. Claro que não dá pra esperar milagres de um motor 1.3, por mais turbo que seja, puxando quase 1,7 tonelada com o motorista. Mas a Jeep tomou uma decisão de deixar a abertura do acelerador bem gradual, de modo que para extrair mais desempenho é necessário – obviamente – apertar o pedal até o final do curso, ou pelo menos passar da metade. Achamos esse arranjo bem melhor do que o feito por muitas fabricantes como Hyundai que é colocar 90% de borboleta aberta com o pedal aberto a 30%, o que dá uma sensação de desempenho grande, porém deixa o...

Dois comentários rápidos sobre Fórmula 1

Esses dias estávamos assistindo Drive to Survive, mas o da temporada 2021. É muito legal porque mostra bastidores, conversas a portas fechadas, a relação entre equipes e patrocinadores, a pressão das empresas que bancam pilotos, a negociação para George Russell na Mercedes, realmente tinha um quê de informação de bastidores.   A edição da temporada 2023 que saiu no final de fevereiro parece mais um documentário pago, chapa branca total. Todos os episódios seguem a receita: apresenta a equipe > passa por dificuldades > dá a volta por cima. Em algum momento os criadores do DTS tomaram uma bronca pelas informações de bastidores, ou as equipes não quiseram revelar mais esse conteúdo, de forma que a série perdeu muito, mas muito da graça.   A Alpine é uma equipe francesa com dois pilotos franceses. Em 2023 fizeram uma sacanagem absurda com o diretor da equipe Otmas Szafnauer (que é romeno-americano) e mandaram o cara embora no final de semana do GP da Bélgica, meio da...

Teste: Jeep Commander Overland T270

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    Alguns especialistas lamentam a desindustrialização do Brasil, e no campo dos automóveis isso se reflete em lamentos sobre não produzirmos mais grandes sedãs e estarmos limitados a pequenos compactos e SUVs de entrada. O Jeep Commander discorda. É um carro refinado e de classe mundial produzido aqui mesmo, em Goiana, Pernambuco.   Não vamos entrar no mérito da desindustrialização de forma geral (que é verdadeira e problemática) e também das outras marcas que têm realmente preferido importar os veículos de topo. Mas vamos também devagar com a síndrome de vira-lata, isso de sempre se orgulhar em falar que o Brasil não presta, não sabemos de onde vem essa esquisitice.   O Commander é um veículo de classe mundial, mas não é um carro mundial. É um projeto da Stellantis para mercados emergentes como Brasil e Índia, que recebem o Compass e os modelos produzidos na plataforma GSW (Global Small Wide), porém para os quais o modelo seguinte na gama da Jeep, o Cher...

Golf com interior de Mercedes

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Esses dias ouvimos uma anedota da indústria que pode ser mentira, mas preferimos acreditar que é verdade.   Chegou aos ouvidos da Volkswagen na Alemanha, comandada pelo CEO Ferdinand Piëch, que a Mercedes-Benz iria lançar um carro compacto que concorreria em preço (não em porte, pois seria menor, com o Golf), isso no final da década de 90. O Mercedes, como sabemos, era o Classe A W168 que chegou a ser produzido no Brasil, em Juiz de Fora.   Piëch e a liderança da VW se puseram em polvorosa. Era quase como se houvesse um acordo entre cavalheiros teutônicos, a Mercedes não invade a praia da VW e vice-versa. Isso poderia derrubar as vendas da VW e seu principal produto, o Golf, especialmente considerando que na Europa um carro mais compacto tem muitos atrativos naquelas ruelas medievais.   Pois Piëch resolveu responder à altura e brigar no campo da Mercedes. Não lançando um carro para concorrer naquele segmento (a VW já tinha a Audi e o Phaeton viria depois), mas...

Teste: Kia Stonic 1.0T Hybrid

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  O primeiro híbrido testado pelo M4R. Sim, preferíamos estar testando um Mustang Mach 1, mas como prezamos pela nossa independência a gente se vira com o que dá. E lembrando que todo carro é legal. A Kia chegou a ameaçar uma presença mais significativa no Brasil com o Cerato e o Sportage em algum momento, porém a dependência das importações e as maluquices econômicas brasileiras a relegaram a uma nota de rodapé há algum tempo – enquanto a irmã Hyundai só cresce, taí um bom estudo, avaliar a estratégia da Hyundai com a CAOA e da Kia com o Pandini. Falando em Pandini, um parênteses: este blog agradece o patrocínio ao EBAA, encontro brasileiro de autos antigos que ocorreu em junho de 2023 em Águas de Lindoia-SP. Este patrocínio ajuda na viabilização do evento, ainda que cause distorções: num ano em que Maverick, Polara, Brasília e Chevette comemoram 50 anos desde o início de sua produção, e o ícone Corvette completa 70, a marca homenageada do evento foi a Cadillac, que embora...

Seu sonho nunca foi uma geladeira nova

  John Wick é uma das grandes franquias do cinema atual, e os carros que ele dirige são todos muscle cars americanos. Seguindo com o Keanu Reeves, em Matrix ele desfilou com um Lincoln Continental 1964, o mesmo carro que aparece com garbo na abertura da série Entourage. E quantos outros personagens não recorrem a carros antigos que expressam sua personalidade e são muito mais bonitos, elegantes e únicos do que os carros atuais?   Esses dias mesmo o Otávio Mesquita, que chegou a correr em categorias turismo, desfilou com um Galaxie 1970 da família. E muita gente endinheirada tem recorrido aos antigos como fuga da mesmice dos carros atuais.   Claramente a indústria automotiva perdeu a sua conexão com a cultura dos nossos tempos. Esses carros de design bizarro, eletrificados, massificados, só ganham as telas quando o marketing investe pesado e obriga os filmes e obras culturais a utilizarem os veículos modernos (como foi com o Matrix 2 naquela cena da autoestrada). S...

Comparativo: SUV ou sedã?

Jeep Compass Longitude T270 x Toyota Corolla Altis 2.0 Dois pesos-pesados em termos de venda. O Compass que por muito tempo figurou entre os 10 carros mais vendidos do Brasil, apesar de seu preço elevado, e o Corolla que dominou o segmento de sedãs de tal forma que fez a Honda desistir do Civic no Brasil (vergonhoso).   Mas a comparação aqui não é somente os carros em si, mas a escolha SUV x sedã, e achamos que faz sentido usar estes campeões de venda e concorrentes em preço como exemplo.   Design: é muito subjetivo e varia enormemente de pessoa para pessoa. Mais do que SUVs e sedãs, existem carros bonitos e carros feios. Neste caso ambos são do primeiro grupo: o Compass com um desenho muito feliz que remete aos SUVs maiores da marca como o Cherokee, a famosa grade com 7 divisões, a exuberante linha cromada em cima das portas e uma traseira um tanto sem sal mas que combina com o conjunto. O Corolla é também de execução primorosa, e também lembrando um modelo maior da...