GM vai sair do Brasil


Na sexta dia 18 os funcionários da GMB receberam um comunicado interno super alto astral dizendo que a empresa vive um momento muito crítico, que teve prejuízo no Brasil nos últimos três anos e que a situação não pode se repetir. Fontes do mercado estimam as perdas de 2018 em 1 bilhão de reais. Na terça dia 22 o presidente se reuniu com os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano e São José dos Campos, onde possui fábricas.

Ficamos aqui pensando qual o sentido de um comunicado desses. Óbvio que ia vazar para a imprensa, e a assessoria da GM não se posicionou, indicação que ou foi pega de surpresa ou foi ignorada na execução desse plano.

Se o objetivo é fazer pressão nos sindicatos, ficamos imaginando o que a GM pede em troca. O quanto o sindicato pode flexibilizar que não é lei? Não pode cancelar o décimo-terceiro, por exemplo. Se a ideia era fazer pressão para uma fábrica em específico, isso pode ser feito nos bastidores em reunião e não precisa desse alarde todo.

Também ficamos nos perguntando onde a GMB perde dinheiro? O Onix é o carro mais vendido do Brasil há três anos, em dezembro vendeu mais que o segundo e o terceiro colocados somados, usa motor de Corsa, plataforma sem nenhuma novidade, deve ser uma máquina de fazer dinheiro. Prisma idem. Cobalt e Spin usam plataformas baratas, componentes compartilhados, a Spin reina sozinha no segmento, não faz sentido que esses carros sejam vendidos com prejuízo. Cruze pode ser, usa um motor 1.4 que só compartilha com o Tracker, mas honestamente um carro que vende tão pouco não poderia ser gerador de tamanho prejuízo. O Tracker pode ser que não se pague, e sem dúvida não representa bem a GM no segmento altamente lucrativo dos SUVs compactos. Mas é mais oportunidade perdida do que dinheiro rasgado. S10 também é líder, construção antiga, parece um Celta por dentro, deve ser uma máquina de fazer dinheiro. Idem para a Trailblazer. Camaro a mais de 300 mil se der prejuízo tem que explodir tudo.

Então o dreno de dinheiro deve vir da gordura da empresa. Muitas fábricas, funcionários, aposentados, problema aliás que acomete a GM em escala global. Talvez uma rede de concessionários pouco cooperativa (embora sejam os vendedores os responsáveis pela liderança de vendas da empresa).

Não é difícil pegar uma empresa nessa situação e fazê-la voltar a dar dinheiro. É o que o Carlos Ghosn fez na Nissan. Enxugar. Lamentamos pelas demissões, não precisariam acontecer se a GM fosse mais organizada e eficiente em sua expansão e se o mercado brasileiro não fosse afetado por governos incompetentes seguidamente.

E não, a GM não vai sair do Brasil. Mas pode virar algo patético como a Ford.

Comentários

Anônimo disse…
Kkkkkkkkkkkkkkkk.Com a margem absurda que eles têm na venda de carros?Conta outra...pressão para algum subsídio ou algo parecido como na época do luladrao...só pode ser.Lamentavel...

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