Palio HLX 1.8 Flex

A fórmula motorzão em carrinho tem dado certo desde o primeiro Mustang V8. A falta de esportivos de verdade no mercado brasileiro tem dado status de pocket-rocket aos compactos com os maiores motores – é só lembrar que o Corsa SS e o Palio 1.8R compartilham os mesmos motores do Corsa Premium e do Palio HLX, na sua essência. E, toda vez que isso acontece, minha preferência pessoal é pelo carro “normal” - seguro mais barato e desempenho, senão igual, altamente parecido.

No desenho atual, o Palio é um dos pequenos mais bonitos da categoria, no mesmo patamar do novo Fiesta. Bate a apatia de Clio, Corsa e do Gol com facilidade. Só perde, em harmonia, pro ultra bem desenhado Pug 206.

Dentro, o Palio revela vantagens que se destacam desde o seu desenho básico, em 96. A posição de dirigir é muito boa; os bancos são excelentes e os comandos, incluindo pedais e câmbio, bem suaves. O acabamento está bem acima da categoria, equiparando-se a Corsa, 206 e Clio, os pequenos com o melhor acabamento. Mesmo assim, os botões e revestimentos de plástico duros entregam a qual segmento o carro pertence.

Falando de habitáculo, elogios ainda ao amplo porta-malas (para a categoria; leva as malas de dois adultos e só), aos limpadores de pára-brisa eficientes, à eletrônica embutida – com computador de bordo, apagamento gradual da luz interna, acionamento do limpador traseiro ao se engatar a ré com o dianteiro ligado, travamento das portas ao rodar e vidros elétricos dianteiros com um toque para descida e para subida no motorista.

Defeitos? O mais latente é o espaço interno, já que o Palio (e o Siena) têm um entreeixos curto, reduzindo bastante o espaço para pernas no banco traseiro. O tecido dos bancos e das portas é áspero, poderia ser melhor (e a parte posterior vem forrada em curvim, de fácil limpeza e de aparência horrível). As maçanetas internas dão uma impressão de fragilidade e desalinham dos suportes, como acontecia no finado Gol G3. O volante é grande demais e feito de um plástico horrível. O pomo do câmbio também sofre de mania de grandeza. E é bizarro um carro ter iluminação no porta-luvas e não no porta-malas.

E andando? É aí que faz sentido a comparação com o Mustang. É um típico carro americano na junção de motor grande com suspensão mole. O carro é macio, e os pneus são finos demais para garantir a mínima segurança em curvas. Mas na reta... ah meu amigo... O 1.8 de origem GM não gosta de girar, mas o torque é tão imenso que isso não se faz necessário. Chega-se a 180 km/h num piscar de olhos. Acelerações na cidade são uma piada – só carros fortes para andar junto. São mais de 18 kgfm de torque e 109 cv (com álcool, e isso nos motores mais antigos) num carro com pouco mais de uma tonelada. Some-se a isso um câmbio muito bem escalonado e se tem um convite à aceleração em todas as retas – um prazer, mas que também evidencia o problema da suspensão mole e também dos freios com atuação excessiva, um karma da linha Palio desde a primeira remodelação, em 2000.

Andar rápido cobra seu preço: o consumo vai pra menos de 4 km/l de álcool. Mas cabe aqui desmistificar a fama de beberrão desse carro – andando leve, é possível atingir 8,5 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, marcas assaz respeitáveis. Mérito do carro leve, que não requer muito esforço do motor.

No geral, é característico da famila Palio em ser um carro sem defeitos gritantes, que aparecem apenas após uma olhada mais detalhista. A suspensão mole tem seus apreciadores, em especial para quem enfrenta asfalto irregular com freqüência. O que destoa da regularidade é o motor, com generosas doses de torque em qualquer rotação. Uma delícia para acelerações e retomadas na mesma marcha.

Às notas e comentários:

Estilo 8 – É dos mais bonitos da categoria, por dentro e por fora. Fazem falta os repetidores dos piscas nos pára-lamas.

Acabamento 7 – É bom no painel e nas portas, e fraco no volante e nos tecidos.

Posição de dirigir 8 – Melhor que a de muito carro médio por aí, mesmo sem regulagem de profundidade no volante.

Instrumentos 6 – Tem o básico e a importante luz da reserva do tanque do flex, mas os números do velocímetro têm uma grafia pra lá de horrível.

Itens de conveniência 7 – Destaque para o computador de bordo, único na categoria. De resto, cumpre o obrigatório, com ar, vidros na dianteira (manivale na traseira já deu, né Fiat?), trava e direção, deliciosamente leve nas manobras e perigosamente leve em velocidade.

Espaço interno 4 – Ponto fraco. Um motorista com mais de 1,80m inutiliza o banco atrás dele. A largura também é pequena para 3 passageiros, embora neste ponto esteja na média da categoria.

Porta-malas 7 – Tem uma boa capacidade, ampla abertura da porta e um banco facilmente rebatível.

Motor 7 – Em si, o motor não é dos melhores. Vibra muito em alta rotação e até poderia ser mais econômico. São seus números crus de torque e potência que fazem a diferença.

Desempenho 9 – Ponto alto. Uma delícia tanto trafegar em baixos giros, com uma ampla reserva de potência a qualquer momento, quanto acelerar e sentir um tapa na nuca. Anda mais que qualquer 2.0 automático por aí, e se garante contra carros maiores com motores 2.0 e câmbio manual.

Câmbio 7 – Cumpre a obrigação. Poderia dispensar o anel-trava da ré.

Freios 6 – São suficientes para o desempenho do carro, mas a atuação excessiva desacostuma o motorista e pode causar um acidente se dirigido por quem não está acostumado.

Suspensão 6 – Estrutura tradicional. Absorve bem as irregularidades, mas é muito macia, o que é descabido num hatch pequeno com motor grande.

Estabilidade 2 – Sofrível, muito sofrível. Até demora para desgarrar da pista, mas a tremenda inclinação da carroceria faz com que você tire o pé muito antes. Numa pista, com certeza seria ultrapassado nas curvas por um Celta 1.4.

Segurança passiva 3 – Não vem com ABS, nem air-bag, nem cinto de três pontos para o quinto passageiro.

Custo-benefício 4 – Pelo que a Fiat pede nele, não vale a pena. O território dos R$ 35 mil para cima começa a ser ocupado por carros muito interessantes, como Focus 1,6 e Polo, exatos opostos do Palio no desempenho – ambos com motores mais fracos e suspensões mais duras. Se a sua opção é pela esportividade, um conjunto mais equilibrado como o Celta 1.4 vale mais a pena. Mas as sensações de motorzão – que são uma delícia e os donos de Blazer V6 sabem – é única no segmento, e uma experiência deliciosa.

Comentários

gushwua disse…
Usei um Palio HLX 8 meses, excelente carro, ate 85.000 km rodados, começou a quebrar feito doido, e quando pensei em vender devidos as quebras, fui ver a merda que fiz de ter comprado. Pessimo de venda, nunca mais um palio 1.8 apesar de ser um carro sem comentarios ate 80.000 km rodados.
Anônimo disse…
tive um palio 1.8 2004 e fiz em 10 meses 70.000 km, nao conseguia andar menos de 140 kmh, pior defeito ao meu ver foi o consumo, e parte de mecanica, queimei 4 vezes junta coletor 4x1, fora arcondicionado a tal da valvula expansão, rolamento de rodas era o do tempra (uma fortuna), etc,, mecanica carissima
Anônimo disse…
tenho um palio HLX 1.8 e estou feliz da vida, o bichinho além
de ser confortável, tem um motor
de dar inveja e deixar muitos carrões por ai comendo poeira.
Anônimo disse…
Tenho um tb, e feliz da vida! O carro é show, ótimo desempenho!
Anônimo disse…
Meu brinquedinho HLX 1.8 é beberão...mais sai da frente que fica comendo poeira mesmo.
Estou mto satisfeito pelo conforto e velocidade atingida em curto espaço de tempo.
É animal arrasa nas pista sem duvida.
Leonardo disse…
Há duas semanas achei um Palio HLX 1.8 05/06 com apenas 38km rodados! Cheiro de novo. Sabia que o carro é beberrrão, mas nem tanto! Com ar-condicionado ligado direto, com o calor do Rio de Janeiro, na cidade, ele não faz mais do que 7.5km/l. É normal isso???
Anônimo disse…
tenho um palio 1.8 ano 2004, e estou satisfeito com ele, além de andar bem ter bom torque não é beberrão como costumam dizer por aí, andando a 120 com ar ligado e com craga completa faz 12.5 kml.
FABIO disse…
eu tenho um 1.8hlx o bicho anda bem e a mao de obra nao é tao cara asim nao o da ford é bem mais caro
marconi disse…
comprei um, me lembrou o monza 500 4 bicos só pisar que ultrapassa 3 de uma só vez.
Unknown disse…
Tenho um palio 1.8 2004 e sobre o seu comentario...so o unico dono desde quando conpreiii antes achava q a fiat era manuntençao cara....mas pramim um carro q ja vai fser 12 anos em minha mao.. .nao troco por sertos carro novo....
Unknown disse…
Tenho um palio 1.8 2004 e sobre o seu comentario...so o unico dono desde quando conpreiii antes achava q a fiat era manuntençao cara....mas pramim um carro q ja vai fser 12 anos em minha mao.. .nao troco por sertos carro novo....
Este comentário foi removido pelo autor.
Deve ser ótimo esse carro o meu é 1.0 2011 celebration com 9100 rodado e já é bom
DISCUTINTO disse…
Ola, tenho um 2004, porem carros e marcas tem uma peça que não pode ser generalizado porque não são iguais nunca é o ¨MOTORISTA¨cara tem uns cupins relaxados que não deve fazer comentários porque todos sabem o motivo. se voces
tem um carro Russo, um Lada e lhe ama, ele dura muito, e foi chamada de Carroça, e o Gordini, e o DKV . Eu compraria um hoje . e vocês ?.
Agora tem uns carros realmente barra agora bateu 100.000 km o manual fala em revisão geral geral mesmo com substituição de peça .
Logo ¨Bom uso bom Custo
Anônimo disse…
Tenho um 2007 desde 20 mil km. em 2019 com 135 mil km so alegria.
Sempre usei 5w30 sintético e nunca quebrou nada. so manutenção preventiva normal. Embreagem troquei aos 130 mil km. não baixa uma gota de óleo e agua. nunca ferveu. Na cidade faz 6 km/l (em percursos de 1 a 3 quarteirões faz 4,5 km/l no álcool. Estrada a 120 km/h faz 10km/l álcool). esta ótimo.
Anônimo disse…
Tenho um Palio hlx 2005/2006 94km, sou segundo dono, estou a 6 anos com o carro de pura alegria, as manutenções básicas(óleos e filtros) estando em dia não dá problema, a manutenção e peças são baratas, a estética e dirigibilidade são ótimas, o consumo em pequenos trajetos na cidade (até 10km) o consumo é alto, 4,1km/l no álcool e 5,5km/l na gasolina, trajetos na cidade mais longos faz 5,6km/l no álcool e 9km/l na gasolina, na estrada com gasolina faz 13km/l(nunca peguei estrada no álcool).

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