Paratox


Com 52 mil reais você pode fazer muitas coisas inteligentes e muitas coisas burras. No campo dos automóveis, uma compra inteligente poderia ser um Astra bem equipado, talvez uma Palio Adventure, um Focus Duratec. Mas se você, tal qual a Sabrina Sato, não confia na própria inteligência e prefere se manter com outros atributos, invista seu dinheiro numa Parati. É quase tão ruim quanto apostar no dólar.

O BCWS acaba de comparar a Parati 1.8 top de linha com a 206 SW. Nem precisava; compara ela com um Celta. Qual a atitude que uma montadora inteligente deveria tomar quando você tem um carro que está perdendo terreno no mercado? Investir nesse automóvel, resolver seus defeitos e melhorar suas qualidade. A VW partiu para uma estratégia de marketing inovadora: “vamos deixar igual o que é ruim e vamos tirar o que é bom.” Faltou fazer uma Parati de três rodas.

Visual não se discute, tudo bem. Agora, aquele interior de Fox não dá. E Deus fez o plástico. O conta-giros é virtual e não há marcador de temperatura da água. Os vidros perderam o acionamento um-toque e os de trás, pasmem, são acionados por manivelas. A tampa do porta-malas não abre por dentro (já é ridículo num Celta, imagine numa perua), os faróis perderam o duplo refletor e tudo no interior tem aquele aspecto de plástico pobre. As melhores coisas do Gol e Parati G3 foram simplesmente banidas.

E o que era ruim? Ah, isso continua firme e forte. A direção e os pedais são desalinhados em relação ao banco. O motor segue áspero e beberrão. O espaço interno, exíguo. Os porta-trecos, inúteis. E o seguro ta baratinho, dá uma cotada para você ver.
Na G3, a Parati – confesso – era um dos carros que eu mais gostava e admirava no mercado. Bonita, com um ótimo acabamento, uma imagem jovial. Não tive uma pois seus defeitos sempre falaram alto. Imagine agora.

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