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Se conselho fosse bom, não era de graça

Estava conversando com um amigo igualmente (ou até mais) fanático por carros, e ele veio com algumas sugestões assaz interessantes para otimizar, com baixo custo, a oferta atual de veículos e principalmente motores das montadoras nacionais. A primeira foi a VW. Disse ele: “Não colocar o motor 1.4 flex (da Kombi e Fox exportação) no Fox nacional, barateando a linha/deixando o 1.6 exclusivo para o CrossFox e aumentando as vendas do carro.” Hm. Concordo em termos. O Fox 1.6 é caro demais – um conhecido acabou de comprar um completo por 43 mil reais. É território de Polo, de Focus, de Punto. Se um Fox 1.4 fosse realmente ficar mais barato, sem dúvida otimizaria a gama VW, e a montadora poderia matar de vez as versões superiores do Gol, que não vendem nada mesmo. Problema é que a popularidade do Gol obrigou a VW a posicionar o Fox como um compacto Premium, coisa que ele não é, a não ser no espaço interno. Uma alternativa seria, então, deixar de oferecer o Fox 1.0 e ofertá-lo apenas com o 1....

GT Lixo

E quando todos achávamos que a GM estava indo no lugar certo com a aplicação do motor 1.4 na linha Corsa, eis que a empresa volta às suas origens malignas com o lançamento do Vectra GT. O conceito de marketing envolve oferecer o produto que o consumidor deseja. Na média, o consumidor brasileiro deseja o Vectra GT? Ora, ele não deseja nem o Vectra sedã! Existe espaço no mercado para um hatch médio premium, moderno e recheado de equipamentos? Não só existe como temos vários: Golf, Focus, 307, Stilo. Mas e para quem dispões de mais dinheiro mas não deseja as opções mais caras, invariavelmente sedãs? Hm, um hatchback cairia bem. Mas é uma faixa de preço elevada, portanto há de se oferecer um carro moderno, equipado, esportivo e requintado. O que a GM faz? Pega o Vectra, um produto por sí só bem razoável, e mata as duas maiores qualidades do carro: o amplo espaço interno (incluindo-se aí o porta-malas) e a beleza das linhas externas (não se enganem; a traseira do Vectra GT é bonita sim, mas...

Óleo no lance

Fui trocar o óleo do possante estes dias. Chamou-me a atenção a pequena diferença de preços entre as opções mineral, sintética e semi-sintética. A opção mais barata é o velho óleo mineral 20W50, já antigo em concepção e pouco eficaz nas partidas (para entender o que os números querem dizer, clique aqui) com o motor frio. A evolução e o clime no sudeste/sul do país pedem por um óleo mais avançado; aí temos já como boas opções os 10W40 ou os 5W40 para os mais exigentes. É caro fazer essa exigência? Então: não. Quatro litros de óleo mineral do mais vagabundo saem por menos de 40 reais. Puxa, super barato. Quatro litros do semi-sintético, mais eficiente e que dura o dobro, saem por 100. Quatro litros do totalmente sintético, para máxima proteção, saem por 200. Ok, proporcionalmente a diferença é grande (cinco vezes mais que o mineral), mas não só os benefícios de conservação do motor são multiplicados, como o custo total está longe de assustar: são dois tanques de gasolina. Então este é um...

Só carrão

Nessa semana tive a oportunidade de entrar e realmente conhecer o VW Jetta um pouco mais. É interessante notar o abismo que ainda separa o nosso mercado dos mais desenvolvidos. Hoje mesmo passei por um Civic novo, estacionado na rua, mas já maltratado: amassado nas duas laterais e bem sujo. É uma exceção; Civics aqui são carros de prestígio, estacionados na porta dos estabelecimentos pelos motoristas. Toda essa gama de carros que são alvos de nosso desejo – Jetta, Fusion, Civic, Corolla, Sentra – são modelos de entrada nos EUA e representam o que para nós são os sedãs compactos – Siena, Prisma, Clio, etc. A primeira opção três-volumes no catálogo das marcas. Conhecer o Jetta levou-me à conclusão que o comprador médio dos países desenvolvidos está muito bem de carro. Os produtos concorrentes nesta faixa já chegaram a um patamar de espaço e refinamento que começa a tornar supérflua a escolha por um modelo mais sofisticado. O Jetta tem um acabamento absolutamente fantástico, onde toddas a...

Gentlemen, turn off your engines

Também estamos cheios de motores que não correspondem às expectativas: GM 1.0 VHC Neste motor, os responsáveis pela engenharia foram os profissionais de marketing. Os números são expressivos (puxa, 79 cv com álcool? É quase um 1.4), mas só no papel. Na vida real, não se chega a essa potência, dado que aparece em rotação tão elevada (a apenas 100 rpm da rotação de corte da injeção) que não chega a ser utilizável. O mesmo acontece com o torque, disponível apenas em rotações elevadas. Não fosse suficiente, o motor padece de um crônico problema de durabilidade, em especial nas primeiras versões a gasolina. Mecânicos afirmam que não passa de 90 mil km, quando um motor deve durar mais de 250 mil. Fiat e Peugeot / Citroën 1.4 Nada contra as unidades em si, que são suaves e econômicas. O problema está nos números apáticos de torque e potência; o motor pode ser menos amarrado sem comprometer consumo e durabilidade. VW 2.0 E fale em motor amarrado. O venerável dois litros da Volkswagen já foi um...

Gentlemen, start your engines

É fácil superestimar e também subestimar a importância do motor num carro. Vai muito do modo de cada um dirigir; a formação do motorista brasileiro, em geral, passou pela convivência com Fuscas e Opalas – ambos carros que desencorajam a exploração de giros, pois atingem seu pico de potência em rotações relativamente baixas. Esta experiência, aliada ao fato de que é mais agradável, sim, na cidade dirigir um carro com amplo torque em baixa rotação, direcionaram as montadoras para as unidades com duas válvulas por cilindro, configuração simples e voltada ao torque. Há dez anos atrás, os motores multiválvula pareciam tomar o mercado de assalto: Gol 16v e 16v Turbo, Palio 1.0 16v e 1.6 16v, Escort 1.8 16v, Corsa 1.0 16v e 1.6 16v. Reclamações de falta de desempenho no arranque retiraram absolutamente TODOS estes motores de linha – o 1.6 da Fiat sobrevive, em coma, no Marea. Esse gosto da maioria, aliado a uma aversão irracional à manutenção, explicam o motivo de convivermos hoje em dia com ...

Fiat Punto ELX 1.4 Flex

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Fui ver o danado. E já digo logo de cara: desde o lançamento do Vectra (de segunda geração), em 96, eu não via um carro tão bonito. Alguns me conquistaram depois de algum tempo, como o Golf antes da reestilização medonha e o primeiro Astra sedã. Mas o Punto é realmente muito bonito. O pior ângulo, se é que isso cabe, é a frente. Os faróis e a grade afunilados podem parecer estranhos. No entanto, as laterais são exemplares e a traseira é uma aula de como se colocar lanternas na parte superior sem estragar o conjunto – algo que a Fiat demonstrou ser de sua competência na Marea Weekend. Alguns detalhes cativam: o formato da maçaneta; o local das luzes de ré; as luzes dianteiras de neblina; o espelho oriundo da lataria e não dos vidros. Por dentro, vários pontos de destaque: o maior deles é sem dúvida o volante, de uma pega simplesmente perfeita. É muito bom mesmo sem a forração de couro. O banco segue a tradição Fiat de bancos amplos e bem projetados – estive bem apoiado em todo o tempo. ...

Agora vai?

No domingo, dia 12, passei por uma equipe de filmagem que trabalhava na propaganda do novo Fiat Punto. O vídeo será ambientado no MESMO lugar que a campanha do Logan – a alça de acesso da Av. Roberto Marinho, antiga Espraiadas, em direção à Marginal Pinheiros, para os de São Paulo saberem. Isso que é criatividade. Mas não quero falar de propaganda. Quero enxergar uma réstia de otimismo. C4 Pallas, e agora Fiat Punto. Ambos trazem o que há de mais atual na Europa – o Pallas é um show de tecnologia e desenho, com muito espaço interno e um preço inicial extremamente agressivo. A Citroën tem um público já razoável, conquistado pelas qualidades de uma série de excelentes automóveis: ZX, Xsara, Xantia, XM, e agora C3 e Picasso. O próprio C5 tem se destacado no diminuto segmento em que atua. O C4 Pallas certamente se beneficiará desta base e também do preço extremamente competitivo: entre-eixos de Vectra e Fusion por 65 mil, 15 mil mais barato que o último e com um pacote sensivelmente mais a...

Peugeot 307 Sedan Feline

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A linha 307 tem avançado a passos largos em número de vendas. Podem não ser os líderes do segmento, mas é fato que a presença dos simpáticos Peugeots tem sido cada vez mais comum em nossas ruas, mostrando mais uma vez que existe um público seleto que se incomoda de dirigir carroças, como as montadoras insistem em oferecer. O 307 Sedan vem combater no competitivo segmento dos carros médios, povoado por estrelas como Civic e Sentra e outros menos qualificados, como Focus Sedã, Vectra e Mégane. O Peugeot aposta em dois fortes argumentos neste combate: acabamento e tecnologia. No já distante 1999, a VW, então uma empresa compromissada com o consumidor brasileiro, trouxe a nova geração do Golf ao Brasil, poucos meses após seu lançamento na Europa. O carro foi um divisor de águas: nunca, até então, um carro pequeno (médio pra nós) havia consolidado tantos itens de acabamento no mesmo pacote: espelhos nos pára-sóis com iluminação e tampa; maçanetas cromadas; luzes de cortesia nas portas; um p...

Momento Renault

O que a Renault quer com o Mégane? Na época do lançamento, o carro fazia sentido – é melhor que Corolla e Vectra. Mas agora, com o Civic consolidado e o surpreendente Corolla ainda lutando bravamente, o que os franceses esperam do carro? Nesse ponto, a Chevrolet foi mais dinâmica, e ampliou a gama do Vectra para inclui-lo a uma faixa inferior à dos primeiros Méganes e Civis: R$ 55 mil. Além disso, o Vectra tem diferenças conceituais significativas: tem mais torque, fama de manutenção barata, é maior em tamanho e conta com o apoio da Chevrolet, uma marca consolidada no segmento de sedãs grandes, e ainda capitaliza no nome Vectra, devido às qualidades de seu antecessor. A Renault desperdiçou o nome que tinha conquistado em minivans ao deixar a Scénic absolutamente de fora da briga das minivans. Ao mesmo tempo, Clio e Mégane da geração anterior não foram suficientes para estabelecê-la no mercado – quem dirá os Renaults 19 e 21, lembram deles? E agora vêm, do nada, com planos ambiciosos pa...